Nem todas as notícias que nos chegam de Israel são sobre guerra. Desta vez, o tema é uma maravilha arqueológica. Durante uma simples caminhada pela Reserva Natural de Nahal Tavor um raro amuleto em forma de escaravelho com cerca de 2,8 mil anos.
O homem, apercebendo-se de que não era uma simples pedra, apressou-se a comunicar a descoberta à Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). “Vi algo brilhante no chão e, num primeiro momento, pensei que fosse uma joia ou uma pedra laranja. Quando peguei no objeto percebi que estava entalhado como um escaravelho ou um besouro”, conta Erez Avrahamov, em declarações citadas pelo The Times of Israel.
Este antigo amuleto foi feito com cornalina, uma pedra semipreciosa de tom marrom-avermelhado, apresentando uma gravura de escaravelho na parte da frente, enquanto na parte de trás está retratado um cavalo-alado ou um grifo. Esta última trata-se de uma criatura lendária, em que metade é leão e metade águia, e que teve origem na Ásia.
Ao analisarem o objeto, os arqueólogos dizem acreditar que se trata de um amuleto com origem assíria ou babilónica. Além disso, a descoberta leva-nos, inevitavelmente, aos tempos bíblicos, uma vez que este amuleto foi encontrado em Tel Rekhesh, local identificado como a cidade de Anaharat no Livro de Josué, o sexto livro da Bíblia hebraica e do Antigo Testamento cristão. Itzik Paz, arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel, refere-se mesmo a esta descoberta como “uma das mais importantes de Tel Rekhesh, datada da Idade do Ferro (séculos 7 e 6 a.C)”.
“Naquela época, havia uma grande fortaleza que estava, aparentemente, sob controle assírio, império que destruiu o Reino do Norte de Israel. Portanto, é possível que o escaravelho comprove a presença da administração assíria (ou eventualmente babilónica) na região”, acrescenta o arqueólogo.
Por ter uma cor alaranjada forte, uma vez que os escaravelhos naquela época eram feitos em esteatita, uma pedra branca acinzentada, e cobertos por uma camada azul ou verde (que, em muitos casos, desapareceu devido ao clima de Israel), este amuleto é considerado muito raro e está agora sob responsabilidade da Autoridade de Antiguidades de Israel para ser posteriormente estudado de forma mais profunda.
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