A Google lançou esta terça-feira a sua ferramenta de Inteligência Artificial Bard, concorrente do ChatGPT, em acesso público, com o objetivo de melhorar a qualidade das suas respostas graças ao aumento das interações com os utilizadores.
A gigante da tecnologia, detida pelo grupo Alphabet, tinha anunciado no início de fevereiro a criação do Bard, em resposta à chegada, em novembro, do ChatGPT, desenvolvido pela start-up OpenAI em colaboração com a Microsoft.
Capaz de produzir ’emails’, dissertações ou linhas de código perante um simples pedido, o ChatGPT está a despertar imenso entusiasmo pela inteligência artificial generativa.
O uso do Bard foi inicialmente limitado a “testadores de confiança” antes de ser aberto ao público em geral esta terça-feira. No entanto, o número de ligações foi restrito e uma lista de espera criada, para gerir a procura.
Atualmente, o acesso só é possível a partir dos Estados Unidos e do Reino Unido. Em Portugal ainda não está acessível.
“À medida que as pessoas começarem a utilizar o Bard e a testar as suas capacidades, elas vão-nos surpreender”, sublinhou o líder do Google, Sundar Pichai, numa mensagem dirigida à sua equipe e consultada pela agência France-Presse (AFP).
“As coisas vão dar errado. Mas o ‘feedback’ do utilizador é essencial para melhorar o produto e a tecnologia subjacente”, acrescentou.
O líder do grupo californiano tinha sido criticado internamente pelo lançamento precipitado do Bard, para alcançar a Microsoft.
A interface consiste num ‘site’, distinto do motor de busca Google, com um espaço no qual o utilizador pode digitar uma pergunta.
O que distingue o Bard do ChatGPT
Questionado pela AFP sobre o que o distingue do ChatGPT, Bard respondeu que, ao contrário do seu rival, é “capaz de aceder a informações do mundo real através do mecanismo de busca do Google”.
O ‘chatbot’ [robô de conversação] destacou também que “ainda está em desenvolvimento enquanto o ChatGPT já está disponível para o público em geral”.
“Isso significa que estou constantemente a aprender e a melhorar enquanto o ChatGPT certamente permanecerá inalterado”, vincou.
Já os vice-presidentes da Google, Sissie Hsiao e Eli Collins, realçaram numa publicação no ‘site’ do grupo que aprenderam muito a testar o Bard.
“O próximo grande passo para melhorá-lo é obter ‘feedback’ de mais pessoas”, destacaram.
“Quanta mais pessoas o utilizarem, melhor serão os grandes modelos de linguagem (LLM, um programa que pode gerar respostas para perguntas formuladas na linguagem quotidiana) em prever respostas que podem ser úteis”, explicaram ainda os dois gestores.
O algoritmo LLM
Ao receber dados e conversas escritas, o algoritmo LLM pode determinar com mais precisão a resposta relevante para uma pergunta.
O Bard conta com o LaMDA, modelo de linguagem desenvolvido pelo Google para gerar ‘chatbots’, cuja primeira versão foi lançada pelo grupo de Mountain View (Califórnia) em 2021.
Os dois executivos do Google reconhecem que os LLM “não são perfeitos” e podem “fornecer, de forma segura, informações imprecisas, enganosas ou falsas”.
O Google indica que implementou “salvaguardas” para conter as possibilidades de respostas imprecisas ou inadequadas, em particular a limitação da duração das trocas num diálogo entre Bard e um utilizador.
Em entrevista ao The New York Times, Sissie Hsiao e Eli Collins disseram que a Google ainda precisa de determinar um modelo de negócios e uma estratégia para gerar lucros com o Bard.
Desde o lançamento do ChatGPT, vários utilizadores têm procurado levar o ‘chatbot’ ao limite e geraram respostas absurdas, até mesmo preocupantes.