Nos recentes tumultos que assolaram a Grande Lisboa, dezenas de carros foram vandalizados e incendiados. Este tipo de situação levanta questões sobre a cobertura dos danos pelas seguradoras, deixando muitos proprietários a questionar se terão de suportar a totalidade dos prejuízos. A DECO PROteste recomenda que os condutores verifiquem detalhadamente as coberturas e exclusões das suas apólices, pois nem todos os seguros automóvel abrangem danos decorrentes de vandalismo.
Para veículos cobertos apenas pelo seguro de responsabilidade civil obrigatória — conhecido como “seguro contra terceiros” — os danos causados por vandalismo não estão incluídos. Este seguro básico cobre apenas os prejuízos causados a terceiros, deixando o proprietário sem proteção contra atos maliciosos, catástrofes naturais ou eventos de caráter semelhante.
A única forma de garantir cobertura para incidentes deste género é através de um seguro de danos próprios, que inclua explicitamente uma proteção contra atos de vandalismo. Em geral, esta cobertura engloba atos de vandalismo, terrorismo, sabotagem, greves, motins, e outras alterações da ordem pública. Além disso, abrange danos resultantes de intervenções das autoridades em resposta a estes distúrbios.
Quando os carros são vandalizados, é essencial participar o incidente às autoridades e reunir o máximo de provas possível, como fotografias e testemunhos. A queixa pode ser apresentada numa esquadra ou através da queixa eletrónica, garantindo a documentação necessária para acionar a cobertura de seguro. Adicionalmente, se o veículo necessitar de transporte para uma oficina, a cobertura de assistência em viagem, incluída em muitos seguros automóvel, pode ser acionada para providenciar o reboque.
Outro ponto importante para quem adquiriu o veículo através de financiamento é a exigência, por parte das entidades financeiras, de uma apólice de danos próprios. Sem esta proteção, o proprietário poderá continuar a ter de pagar as prestações, mesmo em caso de perda total do automóvel devido a vandalismo.
Este cenário relembra a importância de avaliar cuidadosamente as coberturas de seguro automóvel. Com o aumento das situações de vandalismo e instabilidade social, investir em apólices mais abrangentes pode revelar-se essencial para garantir uma maior tranquilidade.
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