A Câmara de Faro paga à GNR para garantir a fluidez possível no trânsito no acesso à Praia de Faro, que se encontra em obras, 300 euros diários, sábados, domingos e feriados.
Tratar-se de uma obra a decorrer – ainda que efectuada por uma entidade integralmente de capitais públicos – parece ser razão suficiente para a GNR cobrar gratificados para controlar o trânsito no acesso rodoviário à Praia de Faro enquanto decorrem as obras da respectiva requalificação.
Como se tal não bastasse, recorde-se que a competência de regulação de trânsito na área da Praia de Faro é da GNR, a Câmara de Faro viu-se – segundo Rogério Bacalhau – obrigada a pagar àquela força de segurança gratificados de “300 euros por dia”, nos últimos fins-de-semana, para que militares daquela força policial regulassem o trânsito naquele acesso.
É que “a Polis Litoral Ria Formosa, [entidade dona da obra] não tinha orçamento para pagar às forças policiais mais do que um fim-de-semana”, assim “pagou o primeiro em que a GNR ali actuou” – depois das dificuldades acrescidas no tráfego ali verificadas – e “a Câmara os restantes até ao fim-de-semana passado”.
É provável que a autarquia possa ter que pagar à GNR ainda mais um fim-de-semana de gratificados (600 euros) nos próximos dias 17 e 18, caso o trânsito não esteja ainda normalizado, prevista que está a conclusão do acesso rodoviário apenas na próxima semana.
Assim teve utilização o dinheiro público dos contribuintes com pelo menos um lado ‘positivo’, transitou entre instituições públicas, de um lado a Polis e a Câmara a pagar, do outro a GNR, ou Ministério da Administração Interna, a receber. Resta desejar que os militares da força policial tenham benefícios ao nível dos ordenados pelo gratificado prestado, o que decerto significará mais alguma disponibilidade de dinheiro para gerar consumo interno, um objectivo do Governo que recebe assim um pequeno contributo.