A construção de uma ciclovia entre Faro e Olhão está mais próxima de se tornar uma realidade, como o POSTAL noticiou, e os avanços nesta matéria não apanharam desprevenida a Câmara de Faro, aliás a autarquia está mesmo em vantagem no que toca à preparação do projecto para este equipamento de lazer e desporto.
A vantagem da autarquia farense é que tem já em preparação o projecto de ciclovia para ligação a Olhão, como revelou ao POSTAL o autarca Rogério Bacalhau.
A notícia da criação de uma ciclovia entre Faro e Olhão, sobre o adutor da Águas do Algarve (AdA) que transportará as águas residuais urbanas (esgotos) de Olhão até à nova Estação de Tratamento de Águas residuais (ETAR) de Faro/Olhão, obra adjudicada na passada semana (ver notícia na página 16), foi avançada em primeira mão pela edição on-line do POSTAL.
Águas do Algarve disponibiliza terrenos
Na base da notícia está a disponibilização pela empresa AdA às Câmaras de Faro e Olhão da superfície do espaço canal [faixa de terreno] que a empresa responsável pelo tratamento dos esgotos na região vai adquirir para instalar o adutor Olhão / Faro.
“A construção da ciclovia não colide com a existência do adutor e a superfície do canal onde este será instalado será assim disponibilizada a custo zero por nós às autarquias para que se possa ali instalar uma infra-estrutura [a ciclovia] útil à população de Faro e Olhão”, disse ao POSTAL Teresa Fernandes, responsável pela comunicação da AdA, que vê nesta iniciativa “mais uma situação em que tentamos maximizar os efeitos positivos junto das populações das obras que executamos em toda a região”.
A ciclovia suportará pesos muito pouco significativos que não afectam a conduta e, simultaneamente, é mesmo uma defesa da estrutura face a possíveis utilizações abusivas dos terrenos sobre a mesma que lhe possam provocar danos.
O investimento das autarquias
Com o terreno a ser disponibilizado gratuitamente cabe às Câmaras investir na criação das infra-estruturas necessárias à implementação de uma ciclovia capaz de garantir circulação pedonal e ciclável entre as duas cidades num percurso que andará próximo dos seis quilómetros.
Além disso as Câmaras terão de encontrar uma solução para a ligação entre os extremos do espaço canal da AdA que ficarão situados a Oeste junto à ETAR de Olhão Poente e a Leste junto à ETAR de Faro Nascente. É que só no espaço entre estas duas ETARs será construído o adutor, tendo depois de se conseguir soluções de ligação aos cascos urbanos de Faro e Olhão.
Câmara de Olhão pronta para avançar
António Miguel Pina disse ao POSTAL que “a Câmara de Olhão está pronta para avançar com este projecto tripartido entre a Águas do Algarve, a Câmara que lidera e a autarquia de Faro”.
“Muito embora não esteja definido o perfil do projecto, estamos a trabalhar com as duas entidades envolvidas nesta questão que considero ser importante para ambos os concelhos e mesmo estruturante no que respeita à criação de espaços de lazer e desporto que possam servir as populações”, referiu o presidente da Câmara.
Faro já está a fazer o projecto
O autarca de Faro Rogério Bacalhau soube da intenção da AdA de cedência dos terrenos às Câmaras pelo POSTAL. “Até agora a Águas do Algarve tinham-nos comunicado que não cederiam o espaço canal para instalarmos a ciclovia”, refere o autarca, que vê “com agrado a alteração da posição da empresa”.
“Esta nova situação implicará a alteração do projecto que a Câmara está a desenvolver para a criação da ciclovia entre Faro e Olhão para adaptá-lo ao novo traçado, algo que faremos de bom grado”, diz o autarca
O POSTAL sabe que o projecto de ciclovia está a ser desenvolvido para a Câmara pela empresa Atlas Koechlin, Engineering and Design, que foi responsável, por exemplo, pela elaboração do projecto da Ecovia e Ciclovias do Litoral Sudoeste e que as dificuldades encontradas pela autarquia com as várias entidades com tutela sobre a área a intervir – a Sul da EN 125 na zona marginal da área de parchais da Ria Formosa entre as duas cidades – têm estado a ser resolvidas, nomeadamente com a REFER, responsável pela linha do caminho de ferreo e áreas adjacentes de protecção à mesma.
Ainda sem data prevista de início de construção e por maioria de razão sem data de conclusão e abertura ao público, esta ciclovia será efectivamente uma realidade no futuro e constituirá uma importante mais-valia para as populações de ambas as cidades enquanto estrutura de lazer e desportiva