O presidente da Câmara de Albufeira veio a público vincar a sua posição contra a instalação de uma unidade privada de aquicultura de bilvaves em águas costeiras, a 7,3 quilómetros do porto de abrigo, que considera “beneficiar interesses particulares”, prejudicando os pescadores, as empresas marítimo-turísticas e a acessibilidade ao porto de abrigo e à marina de Albufeira.
Carlos Silva e Sousa comunicou à Administração Central uma moção aprovada por unanimidade em reunião de Câmara para travar a produção de ostras e vieiras em mar aberto.
A Câmara de Albufeira deliberou, por unanimidade em reunião camarária do dia 23 de Agosto, manifestar “clara oposição” à instalação de uma aquicultura com dois hectares para produção de ostras e vieiras, a 7,3 quilómetros a sudoeste do porto de abrigo de Albufeira.
A Autarquia manifestou a sua posição através de uma deliberação que já endereçou ao Governo, à CCDR Algarve e ao comandante do Porto de Portimão, onde se refere que a exploração “contraria manifestamente o interesse público, beneficiando, em exclusivo, interesses particulares”.
No documento pode ler-se que “o interesse público nesta zona está estabelecido de forma milenar a favor dos pescadores que operam a partir do porto de Albufeira e dos portos vizinhos, na sua maioria com pesca artesanal, o que representa o sustento de muitas famílias, além de que os pescados são de grande qualidade e representam enorme importância nos valores da nossa gastronomia com impacto nas nossas tradições e actividade turística”.
O presidente da Câmara acredita que a exploração vem interferir com o livre usufruto do mar por pescadores e por empresas marítimo-turísticas, as quais já representam “um volume de negócios considerável e são geradoras de emprego”. Carlos Silva e Sousa salienta ainda que “esta é uma zona de intenso tráfego marítimo, também com muitas embarcações particulares”, pelo que a instalação da aquicultura viria “condicionar o acesso ao porto de abrigo e à marina de Albufeira”, afectando a circulação de embarcações.