A cachorraria Oh My Dog deu início a um movimento solidário que pretende fazer a diferença na vida de centenas de pessoas… O processo é bastante simples: na primeira quinta-feira de cada mês, a cachorraria vai oferecer o almoço ou jantar aos utentes de uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) local.
Ricardo Mariano, CEO do Oh My Dog e mentor da iniciativa, explicou ao POSTAL que “o objetivo é criar um movimento solidário entre a restauração local e as instituições”, sendo que “o princípio aqui é sempre o mesmo: fazer bem aos outros”.
O responsável explica que “na primeira quinta-feira de cada mês convidamos uma instituição a vir ao nosso encontro com os seus utentes, a almoçar ou jantar e a não levar carteira”.
Ricardo Mariano salienta que “é tudo devidamente combinado com as instituições e vamos ter um menú e horas definidas, bem como um número concreto de pessoas. No caso do Oh My Dog decidimos dedicar metade da sala a esta iniciativa”.
A primeira instituição a participar neste movimento foi a Casa de Apoio à Rapariga de Faro.
Ricardo Mariano pretende fazer a diferença na vida destas pessoas
O responsável sublinha o facto de existirem pessoas que não entram em restaurantes há anos por vários motivos.
“Se calhar para a maior parte das pessoas ir a um restaurante é algo perfeitamente normal, pois uns vão mais, outros menos, no entanto, não nos podemos esquecer de que existe uma pequena parcela da sociedade que é relevante e que merece toda a nossa atenção. Refiro-me àquelas pessoas que, por exemplo, não têm capacidade financeira, não têm autoconfiança, pessoas que acham que já não sabem ir a um restaurante ou que consideram que já não têm aparência para ir jantar fora”, explica.
“O facto de conseguirmos trazer estas pessoas a um restaurante pode significar tanto para elas, em áreas tão significativas como a sua própria reintegração na sociedade ou o aumento da autoestima. É algo muito simples para uns e que pode valer tanto para outros”, sublinha.
Ricardo Mariano afirma que “o objetivo fulcral é muito claro: nós estamos a dar este pontapé de saída, mas queremos que mais restaurantes se unam ao movimento”.
Iniciativa apoiou cerca de duas dezenas de pessoas no primeiro dia
“Neste primeiro momento tivemos cerca de 20 pessoas apoiadas. Agora vamos imaginar que 10 restaurantes fazem o mesmo em simultâneo, já estamos a falar de cerca de 200 pessoas apoiadas, que não têm de pagar rigorosamente nada. Imaginemos agora que 10 restaurantes aderem em 10 cidades diferentes…O número já sobe para 2.000 pessoas. Se cada um de nós contribuir, com pouco que seja, podemos dar uma grande ajuda e fazer efetivamente a diferença na vida de quem mais precisa”.
O responsável menciona o facto de no final do mês este encargo não significar nada para um restaurante. “É importante salientar que cada restaurante é que disponibiliza os lugares que bem entender. Nada é obrigatório. Cada um pode adaptá-lo ao seu próprio espaço, no entanto, o importante é começar”, realça.
O responsável lança o desafio à restauração local: “adiram a esta minha iniciativa e façam o mesmo. Venham daí, é fácil e fará, certamente, a diferença na vida de alguém. Juntos podemos proporcionar um momento agradável a centenas de pessoas nestas quintas-feiras solidárias. Não se lembrem só dos mais desprotegidos no Natal”.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)