O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul) convocou para amanhã, quinta-feira, um buzinão de solidariedade com os trabalhadores da Litográfica do Sul, empresa de Vila Real de Santo António em risco.
A estrutura sindical, afecta à União de Sindicatos do Algarve e à Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), anunciou num comunicado a realização do protesto, a partir das 18 horas, em Vila Real de Santo António, concelho no qual a Litográfica do Sul é uma das principais entidades empregadoras privadas, com 44 funcionários.
Denominado “Buzinão automóvel em defesa dos postos de trabalho na empresa Litográfica do Sul”, o protesto partirá das instalações da empresa e percorrerá as principais artérias da cidade localizada na foz do rio Guadiana, fronteira natural entre o Algarve e a região autónoma espanhola da Andaluzia.
“O SITE apela à participação da população nesta iniciativa de solidariedade com os trabalhadores da empresa”, pode ler-se na curta convocatória divulgada pelo sindicato que representa os cerca de 40 trabalhadores da empresa.
Funcionários começaram a ter salários em atraso em Fevereiro
Os funcionários começaram a ter salários em atraso em Fevereiro, pagos já decorria Março, mês em que foi afixado um edital à porta da empresa a informar que a mesma estava sob Processo Especial de Revitalização (PER) e tinha sido nomeada uma administradora judicial.
A 27 de Março, a administração da empresa reuniu-se com os trabalhadores e comunicou que não iria pagar os salários de Março por dificuldades financeiras e que estava em negociações com um investidor que permitisse restabelecer a normalidade, mas advertiu que se as conversações não produzissem resultados teria que encerrar e fazer um despedimento colectivo.
Posteriormente, foi comunicado aos trabalhadores que, até ser encontrada uma solução, poderiam ficar em casa sem penalização, porque a empresa não estava a laborar por falta de matérias-primas, embora houvesse encomendas, mas o sindicato aconselhou os funcionários a manterem os horários laborais.
Fonte do SITE disse à Lusa que a situação “mantém-se desde essa altura”, com os trabalhadores a cumprirem horários sem trabalho para executar e sem saberem o que o futuro lhes reserva, embora a administração tivesse entretanto pago parte dos salários de Março.
“Continua a faltar pagar parte dos salários de Março e o mês de Abril”, lamentou.
Ao longo deste processo a Lusa tem procurado contactar com a administração da empresa, mas sem sucesso.
(Agência Lusa)