A cidade de Valência foi atingida pelo pior desastre natural em décadas em Espanha, com o número de mortes a subir constantemente – já são mais de 200 vítimas mortais, enquanto cerca de 2 mil pessoas continuam desaparecidas. Está em curso uma vasta operação de resgate, concentrada no maior centro comercial da cidade, onde o parque de estacionamento subterrâneo foi completamente submerso pelas enchentes mortais. Há o receio de que possa agora funcionar como uma “vala comum”, com “centenas” de corpos a serem contados, revela a Executive Digest.
O parque de estacionamento do centro comercial Bonaire, em Aldaia, Valência, com capacidade para 2.500 veículos, ficou inundado por água e lama e tornou-se uma das principais preocupações das equipas de emergência. Inicialmente, temia-se o pior, mas, segundo dados da Unidade de Emergência Militar (UME), nos primeiros 50 veículos inspecionados não foram encontradas vítimas. “As coisas estão melhores do que o esperado”, afirmaram os bombeiros locais, alertando, contudo, que ainda há outras áreas a serem verificadas.
Aproximadamente 10 mil soldados e agentes da polícia foram enviados para a região para apoiar nas operações de resgate. Entre eles, está uma equipa de mergulhadores especializados, mobilizada para o parque de estacionamento do Bonaire após a descoberta de centenas de carros abandonados. De acordo com o ‘Daily Mail’, as equipas de resgate têm usado barcos, robôs e mergulhadores para drenar a água do esgoto no parque de estacionamento, que tem dois pisos, e para inspecionar a água escura à procura de eventuais sobreviventes.
As operações de resgate no centro comercial Bonaire são das mais intensivas, pois muitos acreditam que o que poderá ser encontrado após a remoção da água será assustador. “Estamos a chegar ao ponto em que contamos os corpos às centenas”, afirmou Cristina Vana, socorrista da ‘Recovery Operation Team’, em declarações à ‘Sky News’. “A minha mãe está a ajudar o exército. Ela é médica e ajudou a contar os corpos. Em seis horas, resgataram 80 pessoas.”
Quase todas as vítimas ocorreram na região de Valência, onde milhares de elementos dos serviços de segurança e emergência continuam a limpar escombros e lama na busca por corpos. Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, descreveu a situação como “o pior desastre natural da história recente do nosso país”, referindo-se a esta como a segunda enchente mais mortal na Europa neste século.
Sánchez destacou que Espanha está a realizar o maior destacamento de pessoal militar e de segurança em tempos de paz. As prioridades incluem restabelecer a ordem e distribuir ajuda às localidades afetadas, algumas das quais ficaram sem alimentos, água e eletricidade desde a enxurrada da última terça-feira.
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