O professor catedrático e sociólogo Boaventura de Sousa Santos reagiu às acusações de assédio sexual e moral de que foi alvo num artigo publicado por três investigadoras e revelado esta quarta-feira pela comunicação social.
Numa carta aberta, intitulada ‘Diário de uma difamação – 1’ e citada pela SIC Notícias, o docente negou as acusações e revelou que vai processar as autoras do artigo.
“Apesar de o artigo estar centrado na minha pessoa, nunca tive reuniões com duas das autoras (Miye Tom e Catarina Laranjeiro) e com a terceira, a principal autora (Lieselotte Viaene), tive duas reuniões, uma com o seu supervisor do estágio Marie Curie quando chegou ao Centro de Estudos Socias (CES) e outra como diretor estratégico do CES, a pedido do diretor executivo, para tentar resolver os problemas do comportamento incorreto e indisciplinado do ponto de vista institucional desta investigadora”.
Acrescenta ainda que “foi de tal ordem insolente e incorreto que o CES acabou por lhe abrir um processo disciplinar e não aceitou que ela indicasse o CES como instituição de acolhimento num projeto de candidatura ao European Research Council”.
“Independentemente dos procedimentos internos e judiciais que o CES vier a adoptar, quero informar-vos de que vou apresentar uma queixa-crime por difamação contra as autoras. Declaro-me disponível para dar todas as informações e prestar todos os esclarecimentos que me sejam pedidos, quer no âmbito do processo judicial, quer no âmbito dos processos internos, que o CES certamente vai pôr em movimento”, escreveu o professor catedrático.
De recordar que as três investigadoras do CES da Universidade de Coimbra denunciaram, num artigo científico disponível desde março, três pessoas de abuso e de conduta inapropriada, entre as quais, Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins.
O investigador Bruno Sena Martins defendeu-se esta quarta-feira das denúncias feitas contra si, negando “categoricamente” as acusações de que é alvo.