O Biodiversity Day 2022, que ocorreu no passado dia 22 de maio, teve como tema a “construção de um futuro partilhado para toda a vida”. Foi com esse espírito que os remadores Diogo “Pitoco”, Caio Mathias e Anderson “Peixe” saíram numa viagem de 80 quilómetros, passando por algumas das regiões algarvias de maior biodiversidade natural. Uma expedição audaciosa, que contou com uma grande preparação e planeamento prévio.
“A expedição começou pelo trecho central da costa algarvia, trecho este, que conecta por mar as duas bases de canoa polinésia estabelecidas na região sul de Portugal, as escolas Taho’e Canoe Club e Aukai Canoe Club”, começam a contar os mentores da viagem, acrescentando que “com o tema ‘Conexão entre Bases’ buscamos através da experiência de uma longa travessia, fortalecer os vínculos de união que ligam as duas escolas”.
“A nossa primeira travessia da expedição “Costa do Algarve”, correspondeu às nossas expetativas e nos proporcionou um pouco de tudo. A nossa saída ocorreu no Kaiak Clube Os Castores do Arade, localizado no Rio Arade, o maior rio algarvio, onde já tivemos uma prévia das belezas da região algarvia que iríamos nos deparar ao longo do percurso. Ao percorrer o Rio Arade até sua foz, avistamos muitas aves e peixes na ‘flor d’água’, além de uma vegetação de borda incrível”, explicam Diogo “Pitoco”, Caio Mathias e Anderson “Peixe”.
“Neste primeiro trecho da expedição, encaixámos a remada e logo chegámos à foz do Arade, deparámo-nos com duas primeiras lindas praias, Angrinha e Praia Grande, separadas pelo lindo e imponente Castelo de São João do Arade. Com essa bela vista enchemo-nos de fôlego e alegria, e virámos para leste, onde fomos agraciados com as belas falésias, pequenas baias e grutas incríveis do Barlavento algarvio”, acrescentam.
“Nossa primeira parada não poderia ser outra, a Gruta de Benagil. Sitio mágico! Ficámos por lá até mais tempo do que havíamos programado. Mas não poderia ser diferente… Apesar de termos remado apenas 12 quilómetros, em Benagil “recarregamos as baterias”, com aquela linda vista, e voltamos a remar como se estivéssemos iniciando a expedição naquele momento”, contam os remadores.
“Que lugar incrível, de energia surreal. Ali ficamos por um bom tempo conectados com aquele lugar”, salienta Anderson “Peixe”.
Após 10 quilómetros chegaram ao “Yellow Submarine”, uma pedra em formato de submarino no meio do mar. Ali tiveram um momento de muita conectividade entre remadores e canoa, algo fundamental para uma navegação tranquila”.
Sempre com o sorriso no rosto, a linda vista da costa algarvia fascinou Diogo “Pitoco”, Caio Mathias e Anderson “Peixe” a cada metro, e assim remaram mais 20 quilómetros, sem sentir a distância. Pararam na Praia de São Rafael, com águas límpidas e cristalina, aproveitaram para descansar e alimentar-se, pois tinham pela frente uma viagem bem desafiadora.
“Começámos a ver ao longe as primeiras ondulações, que indicavam condições excelentes para um downwind até Faro. Surfámos várias ondulações até Faro. Estávamos em sintonia, harmonia, unidos, nos divertindo muito e com uma canoa polinésia fantástica! A canoa polinésia, modelo V3 da Gênesis nos permitiu desfrutar desses momentos com muita segurança e conforto”, avançam os remadores, acrescentando que “após 50 quilómetros de travessia muito tranquilos, em que as condições ambientais atuaram sempre a nosso favor, a situação mudou. Um forte vento passou a nos atingir pelo través, “bagunçou” o mar e as ondas, e algumas grandes passaram a nos golpear vindas de diferentes direções”.
“Nestes momentos você percebe que sozinho não é ninguém, e que dificilmente seria capaz de sair em segurança daquela situação. Você depende e precisa confiar 100% nas pessoas que estão com você na canoa, e estas pessoas, por sua vez, também dependem e precisam confiar 100% que você está a dar o seu melhor para sairmos todos em segurança daquele sítio. Esse tipo de situação e experiência, sem dúvidas, cria laços e vínculos muito fortes, e estabelece uma conexão profunda que só o mar e sua força são capazes de fazer”, revelam.
“Foi no local conhecido como “Barreta” que precisamos remar forte. A aventura parecia ter saído das páginas da grande obra literária Vinte Mil Léguas Submarinas, do famoso escritor Júlio Verne!”, afirma Anderson “Peixe”.
“Estávamos quase “em casa”! Chegamos a linda Ria Formosa, mas também estávamos bastante cansados, após 30 quilómetros de remada em condições desfavoráveis e bastante difíceis. Conversamos os três, agradecemos um ao outro pela irmandade e parceria, e decidimos finalizar a travessia. Mesmo após 73km de remada, completamos os últimos 7 quilómetros com muita alegria e risadas na canoa. Nossa chegada a Olhão foi muito calorosa e emocionante. A Família Aukai estava presente no Cais de Olhão, para nos recepcionar, e fizeram uma linda festa com nossa chegada. Ficamos de fato emocionados e muito gratos”, referem Diogo “Pitoco”, Caio Mathias e Anderson “Peixe”.
“A primeira etapa de nossa expedição está concluída. Agora é descansar e retomar a vida quotidiana, mas com aquele sentimento bom de que já não somos mais os mesmos de quando saímos de Lagoa rumo à Olhão”.
O que vem pela frente? Essa é uma pergunta que, a partir de agora, começa a navegar na mente dos canoístas portugueses, remadores brasileiros e amantes da cultura polinésia, que acompanharam o pioneirismo de três expedicionários brasileiros nos mares do litoral sul de Portugal.
Diogo “Pitoco”, Caio Mathias e Anderson “Peixe” têm a resposta: “a segunda etapa da Expedição Costa do Algarve já tem data marcada! Dia 12 de junho, domingo, navegaremos mais uma vez em nossa V3 Gênesis, por todo o Sotavento Algarvio. Sairemos do Porto de Recreio de Olhão, com destino a foz do Rio Guadiana, divisa com a Espanha. Serão mais 60 quilómetros de remadas, que faremos mais uma vez com sorriso no rosto e com a certeza de que o litoral algarvio é de fato uma maravilha mundial”.
“De beleza e biodiversidade ímpar, a costa do Algarve precisa ser protegida, preservada e contemplada pelo maior número de pessoas. Por isso, se você ainda não conhece as belezas do Algarve, inclua em seu roteiro de viagem. Temos certeza de que irá surpreender-se”, concluem estes três amigos aventureiros.
“De beleza e biodiversidade ímpar, a costa do Algarve precisa ser protegida, preservada e contemplada pelo maior número de pessoas. Por isso, se você ainda não conhece as belezas do Algarve, inclua em seu roteiro de viagem. Temos certeza de que irá surpreender-se”, afirmam Diogo “Pitoco”, Caio Mathias e Anderson “Peixe”.