O principal responsável pelo evento, Alexandre Araújo, membro do Secretariado do Comité Central do PCP, evitou adiantar “números” de bilhetes já vendidos, qualquer previsão de visitantes ou mesmo esclarecer se vai haver um limite à entrada de pessoas, numa conferência de imprensa nos terrenos da 44.ª edição do certame político-cultural comunista.
“A Direção-Geral da Saúde (DGS) conhece a lotação habitual da festa. Nós temos tido uma lotação estabelecida, do ponto de vista das licenças emitidas, que se aproxima dos 100 mil. Digamos que… Bem, não digamos mais nada”, limitou-se a dizer, após ser insistentemente questionado.
O dirigente do PCP confirmou que a venda de bebidas alcoólicas, por exemplo, vai respeitar “legislação e regras em vigor”, pois “neste momento é proibida a sua venda depois das 20:00, à exceção de estabelecimentos de restauração” e será isso que se vai passar nas quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha, Amora, Seixal, entre 04 e 06 de setembro.
“Pronto, isso não sei, há um certo fascínio por números… eu, relativamente, a números… temos tido uma participação normal nas jornadas de trabalho, de fim de semana para fim de semana: 150, 200 pessoas a trabalhar. Tem estado ao nível de anos anteriores”, afirmou Araújo, sobre os voluntários que estão a construir as infraestruturas do recinto desde 06 de junho.
A EP (Entrada Permanente, um bilhete para os três dias) da Festa do “Avante!” 20202, com o custo de 26 euros até 03 de setembro, está à venda desde o Natal, de forma descentralizada, junto das diversas organizações do partido, um pouco por todo o país. Em qualquer dos dias de espetáculos, o bilhete aumenta para 38 euros, embora as crianças até 14 anos não paguem, desde que acompanhadas por adulto.
“Quanto ao número de bilhetes vendidos, talvez para responder com clareza, como se isso constituísse um grande ‘furo’, mas não será hoje ainda que anunciaremos esse número. Portanto, não avançaríamos essa informação. A EP é vendida de forma descentralizada nas organizações do partido. Vamos procurando conhecer e temos uma ideia aproximada, não exata”, esquivou-se.
Segundo Alexandre Araújo não está ainda colocada “nenhuma limitação do ponto de vista global à presença [de pessoas] na festa”, já que se trata de “um espaço muito amplo, mais aberto, com menos construção do que em anos anteriores, exatamente para permitir maior distanciamento entre as pessoas”, tendo a organização optado por introduzir ”lugares marcados nos espetáculos” e para o comício de encerramento.
“A festa não é exceção em relação àquilo que está hoje colocado, do ponto de vista das recomendações quanto a aglomerações, da distância física que se deve conservar, do uso da máscara quando se está em determinados espaços ou com determinado número de pessoas. Isso hoje são aspetos que estão em aplicação e que o conjunto dos portugueses adotou esse tipo de procedimentos. Na festa isso não será diferente”, assegurou.
O dirigente comunista revelou ainda que, “desde a primeira hora”, foi entregue um “documento na DGS com todo um conjunto de elementos quanto à previsão de funcionamento da festa”, encontrando-se o partido e a organização “a trabalhar na arrumação e fecho final do plano de contingência”.
“Nós temos denunciado. Digamos que ocorre em relação à festa uma certa campanha de quase criminalização. Em muitos aspetos, mais do que a preocupação com aspetos da saúde pública, o que se vê aí é um certo objetivo de isolar a festa, criar dificuldades a que as pessoas a visitem. Procura-se criar uma hostilidade que não se verifica em relação a outros eventos. Pensamos que esses objetivos são políticos e que têm a resposta política que procuraremos dar”, lamentou.
Portugal registou hoje mais um morto e 112 novos casos de infeção por covid-19 em relação a segunda-feira, segundo o boletim diário DGS.
De acordo com o relatório da situação epidemiológica, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 51.681 casos de infeção confirmados e 1.739 mortes. A região de Lisboa e Vale do Tejo totaliza hoje 26.457 casos de covid-19 mais 68 do que na segunda-feira.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.