A cabeça de lista do PAN à Câmara de Faro criticou esta segunda-feira o presidente da autarquia pela “proclamação de intenções” na construção de mais habitação em Faro em tempo de eleições, afirmando que na prática “não se faz muito”.
Segundo Elza Cunha, a autarquia, presidida por Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/IL/MPT/PPM), não tem feito habitação municipal que seja “acessível”, nem recuperado edifícios públicos degradados e sem utilização, defendendo que não se pode estar à espera que a resposta venha dos privados.
“O município tem que dar resposta habitacional condigna a preços acessíveis. Temos de combater o problema das pessoas em situação de sem abrigo, que com a pandemia [de covid-19] passaram a ser mais”, afirmou a candidata à Lusa.
Elza Cunha falava à Lusa à margem de ação de campanha na Cooperativa Ecos, que visitou hoje para conhecer o projeto Lusco-Fusco, cujo objetivo é a integração da comunidade cigana do Cerro do Bruxo onde residem cerca com 40 famílias e quase 200 pessoas.
Apontado que há “inúmeras situações de indignidade de habitação” na capital algarvia, a candidata realçou ainda não se conseguiu dar resposta a esta necessidade básica em Faro, com condições de “segurança, conforto e qualidade de vida”, o que implica a existência de água e luz, defendeu.
Segundo a candidata, há no municípios zonas “sem saneamento básico”, assim como muitas casas a precisar de “inúmeras obras de recuperação”, para as quais o município poderia dar resposta criando linhas de apoio para requalificação para evitar que as pessoas fiquem com as suas casas “quase transformadas em abrigo”.
A médica defendeu ser necessário “dar resposta” aos casais jovens que querem morar em Faro e se vêm impedidos devido às rendas “altíssimas”, assim como uma solução habitacional para pessoas vítimas de violência de doméstica ou discriminadas pela sua orientação sexual.
No programa do PAN existe uma proposta para criação de espaços “multi geracionais” onde haja habitação para pessoas idosas em tipologia T1, com “todo o apoio” logístico e médico e onde “pode e deve haver” creches, atividade de tempos livres e ocupação de dia.
O objetivo é que haja uma interação multi transgeracional e também animais, que “muitas vezes” são o único afeto que as pessoas idosas têm, realçou.
Elza Cunha tem como adversários na corrida à presidência da capital algarvia o ‘repetente’ Rogério Bacalhau – que se candidata a um terceiro e último mandato -, o antigo vereador socialista João Marques, Custódio Guerreiro (Chega), Catarina Marques (CDU) e Aníbal Coutinho (BE).
Nas eleições de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,94% dos votos, alcançando maioria absoluta no executivo, com cinco vereadores. O PS obteve 38,06% dos votos (restantes quatro vereadores) e a CDU, com 7,38%, perdeu o vereador que tinha assegurado em 2013.