Os autarcas algarvios estão preocupados com a demora no arranque das obras de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125 e temem que o Inverno que se aproxima degrade ainda mais o pavimento, que já se encontra em mau estado.
Com a renegociação dos contratos, a Estradas de Portugal (EP) voltou a assumir a responsabilidade da requalificação da EN 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, mas a obra ainda não avançou por carecer de visto do Tribunal de Contas, imposição que não se aplica às obras que ficaram sob a responsabilidade da concessionária.
“Da intervenção global, a única pequena movimentação é na Variante Norte a Faro, que de alguma forma tem pessoas no terreno, mas sem uma grande frente de obra”, disse à Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Jorge Botelho, admitindo que aquela obra é “urgentíssima”.
As obras de conclusão da Variante Norte a Faro – que, a par das variantes do Troto (Almancil) e de Lagos, são da responsabilidade da concessionária – recomeçaram em Agosto, três anos depois de terem sido suspensas por dificuldades financeiras, mas no terreno praticamente não se vêem máquinas a laborar, constatou a Lusa no local.
Rogério Bacalhau diz que o importante é que a obra fique concluída no prazo previsto
O presidente da Câmara de Faro sublinhou que, independentemente do ritmo a que os trabalhos decorrem, o importante é que a obra fique concluída no prazo previsto.
“Preocupa-me o facto de ver poucas máquinas no terreno, mas espero que o que está em curso coincida com o plano de trabalhos, que apontam para o término das obras no final do primeiro trimestre de 2015”, afirmou à Lusa Rogério Bacalhau (PSD), acrescentando que a concessionária tem estado ainda a fazer trabalhos de manutenção e prospecções.
Questionada sobre se o plano de trabalhos da obra da Variante Norte a Faro está a ser cumprido, fonte da empresa Rotas do Algarve Litoral disse que as intervenções “estão a decorrer com normalidade” e que se antevê a conclusão da empreitada para Maio do próximo ano.
Jorge Botelho (PS), que é também presidente da Câmara de Tavira, considera que é preciso ver para crer, sublinhando que os algarvios querem é ver obra no terreno para que “acreditem nas promessas” que lhes têm sido feitas nesta matéria.
“Eu quero ver as obras no terreno para acreditar que elas estão a acontecer e espero que as obras [de requalificação global da EN 125] terminem, como foi anunciado, no primeiro trimestre de 2016”, declarou.
No final de Julho, o presidente da Estradas de Portugal (EP) presidiu a uma reunião do Conselho de Administração realizada em Faro, onde anunciou que a empresa previa gastar 14 milhões de euros na requalificação da EN 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António.
A EP é responsável pela conservação corrente dos 426 quilómetros de estradas e das 268 obras de arte (pontes, viadutos e outras travessias) que constituem a rede a cargo da empresa no distrito de Faro.
(Agência Lusa)