Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “A primeira parte foi muito equilibrada, com bolas paradas perigosas nas duas balizas. O Paços foi mais sereno quando tinha a bola, menos precipitado, e nós tivemos muita ânsia de ganhar o jogo, com muita precipitação.
Fomos uma equipa desequilibrada, em função da opção por Lucas Possignolo [central adaptado à posição de lateral-direito] face a uma lesão do Koki Anzai no treino de ontem. Tiro-lhe o chapéu, não foi por ele, mas não é um jogador que nos dê profundidade e fomos sempre uma equipa coxa, manca, nesse aspeto, o que dificultou as nossas dinâmicas pelo corredor direito.
Nós arriscámos logo ao intervalo, mas antes de sofrermos o golo já tinha mandado o Aylton Boa Morte e o Beto para aquecimento. Já era uma decisão tomada, não aconteceu após o golo. Com essas mexidas, criámos uma sensação, ou ilusão, de nos pormos ‘por cima’ no jogo, mas não foi uma coisa muito bem conseguida no plano estético.
[Sobre a grande penalidade revertida pelo árbitro] Nunca vou desculpar-me e já fiz a crítica que tinha de fazer à minha equipa, mas há decisões que tenho de contestar. Um antebraço ao longo do corpo com uma mão que toca a bola aumenta a volumetria. Não posso concordar com a decisão da arbitragem. É um jovem árbitro com grande potencial, a quem desejo um futuro brilhante, mas discordo da decisão.
Também houve entrega e querer deixar tudo lá dentro, com muita gente que hoje se estreou na equipa e que, no ano passado, tinha minutos nos sub-23. É um trabalho de continuidade que tem dores de crescimento. Temos tudo para crescer com melhor adaptação e jogar futebol a respirar. Em muitos momentos, fomos sôfregos e precipitados.”
Pepa (treinador do Paços de Ferreira): “Foi um jogo difícil. Houve momentos em que entrámos no jogo do Portimonense, que é mais forte fisicamente e tem jogadores muito poderosos do ponto de vista físico, e isso criou-nos algumas dificuldades. Sempre que conseguimos ser iguais a nós próprios, foi quando criámos dificuldades ao Portimonense.
Nós ainda temos muito potencial para crescer. Saio satisfeito por aquilo que a equipa tentou fazer, mas sabemos que podemos fazer muito mais. Não faltou entrega e personalidade e a equipa sabia onde tinha de anular o Portimonense. Nesse aspeto, a equipa está de parabéns.
A parte final foi digna de um filme, mas o futebol é isto mesmo. De um lance na nossa área passámos para a outra área, com um penálti. O Douglas Tanque faz um grande jogo e não merecia [ter desperdiçado]. Deu muito à equipa, deu-se todo ao jogo.
Notou-se que era o primeiro jogo do campeonato, entre duas equipas que estiveram muito tempo na ‘linha de água’ na época passada. Notou-se que qualquer equipa queria muito ganhar, mas também que nenhuma queria entrar no campeonato sem pontos. Por isso, foi um jogo muito intenso. Parabéns às duas equipas pelo ponto conquistado.”