A arte saiu à rua e invadiu as calçadas de São Brás de Alportel, onde cada recanto se fez encanto e cada momento se fez evento, numa iniciativa partilhada entre a câmara local e um grupo informal mentor da ideia.
Mais de uma centena de artistas são-brasenses deram corpo ao “Calçadas, a Arte sai à Rua”, um evento que além dos concertos de Dino D’Santiago e da Orquestra Clássica do Sul, teve fotografia, pintura e escultura, a que somaram dança, contos e artesanato capazes de juntar um mundo de gente no centro da vila, convidando a descobrir de que segredos é feito o casco mais antigo de São Brás.
Criatividade e saber
Muita criatividade foi a palavra de ordem, exposta a cada canto em, por exemplo, pinturas informais que deram vida a fachadas mortiças.
Sonoridades variadas espalhadas à noite e aos sete ventos que recortam o perfil da serra, sussurros feitos contos de encantar ditos por quem tem arte de nos fazer sonhar, dança, animação de rua e cuspidores de fogo a fazer espantar foram outros dos ingredientes de uma noite especial que tornou as ruas num espaço familiar.
Música de filmes e sons do mundo
África é inegável na sonoridade de Dino D’Santiago, que preencheu um dos momentos maiores de música do ‘Calçadas’, mas o cantor deu mundo a quem o escutou e se deixou levar por acordes de outras paragens cruzados com mestria com o som da portugalidade, mas o cantor só se fez ao palco depois das bandas sonoras que nos marcaram momentos da vida terem desfilado vila adentro pela mão da Orquestra Clássica do Sul, num concerto feito a partir das sonoridades da sétima arte.
A aposta foi ganha e uma vez mais São Brás de Alportel não deixou de surpreender, mostrando que há muito para descobrir noutro Algarve que é terroso e autêntico e que se oferece diverso, longe do mar, mas definitivamente tão mais perto da arte.