A quantidade de água armazenada em Agosto desceu em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental, comparativamente com o mês anterior, segundo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
De acordo com o boletim de armazenamento de albufeiras do SNIRH, no último dia do mês de Agosto, comparativamente ao último dia do mês anterior, verificou-se uma descida do volume armazenado em todas as bacias hidrográficas.
Das 60 albufeiras monitorizadas, quatro apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 11 têm disponibilidades inferiores a 40%.
Segundo os dados do SNIRH, a maior descida ocorreu na bacia do Lima, de 61,2% (em Julho) para 46,1% (em Agosto).
Os níveis mais elevados de armazenamento de água em Agosto deste ano ocorreram nas bacias de Mira (76,4%), Guadiana (73,9%), Barlavento (72,9%), Ave (52,7%), Cávado (66,4%), Oeste (66,2%), Mondego (63,4%), Tejo (62%), Douro (61,7%), Arade (57,7%), Sado (44,3%) e Lima (46,1%).
O SNIRH indica que os armazenamentos de Agosto de 2015, por bacia hidrográfica, apresentam-se superiores às médias dos valores do mesmo mês nos períodos de 1990/91 a 2013/14, excepto para as bacias do Lima, Douro, Mondego, Tejo, Sado e Guadiana.
Portugal continental vai estar em situação de seca nos próximos meses
A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.
Um especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse à Lusa que Portugal continental vai estar em situação de seca nos próximos meses, mesmo que chova mais do que o normal para a época, tornando-se preocupante se não se registar precipitação.
“Se não houver precipitação até ao final de Setembro, começamos o Outono com uma situação grave”, afirmou à Lusa o director de Meteorologia e Geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Pedro Viterbo.
Acerca das consequências da seca, Pedro Viterbo referiu que, “se se materializarem os dois cenários mais gravosos”, há a possibilidade de se prolongar o abastecimento de água por autotanques no nordeste transmontano, o que acontece com frequência no Verão.
A continuar a seca com a gravidade actual até ao início de Outubro haverá igualmente, segundo o especialista, impacto nas pastagens e possivelmente nas barragens e albufeiras.
O especialista comentava a situação de seca extrema ou severa que no final de Julho afectava 79% do território continental, enquanto os restantes 21% estavam em seca fraca a moderada, segundo o último boletim climatológico do IPMA.
(Agência Lusa)