O Reino Unido deve “preparar-se para a guerra”, de forma a impor-se como um travão contra a Rússia, dissuadindo-a de ações mais ofensivas. É o que defende o antigo diretor das Forças Especiais britânicas Adrian Bradshaw.
O general emitiu estas declarações depois de Patrick Sanders, o novo comandante do Exército do Reino Unido, ter dito aos soldados britânicos que constituem uma geração que deve “preparar-se para lutar na Europa mais uma vez”, dada a escalada do conflito na Ucrânia. Patrick Sanders sustentou que as tropas devem estar prontas “para proteger o Reino Unido, para lutar e vencer guerras no terreno”. Há um “imperativo crescente de forjar um exército capaz de lutar ao lado dos nossos aliados e de derrotar a Rússia em combate”, acrescentou.
Nesta mensagem, o general Patrick Sanders descreveu-se como “o primeiro chefe do Estado-Maior desde 1941 a assumir o comando do Exército à sombra de uma guerra terrestre na Europa que envolve uma potência do continente”.
Em declarações ao programa “Today”, da BBC Radio 4, Adrian Bradshaw referiu-se à intervenção de Patrick Sanders como correta: “Sim, ele está absolutamente certo. O senhor Putin mostrou-nos que está preparado para correr o risco de entrar numa guerra aberta na Europa. Está a fazer isso na Ucrânia, com consequências terríveis. O que devemos garantir é que ele não vislumbre um caminho, uma forma de se lançar contra a NATO.”
Adrian Bradshaw apelou a que o Reino Unido não dê essa “abertura” a Moscovo. “O que o general Sanders está a dizer é algo que foi dito por comandantes militares ao longo de mil anos: se quer paz, prepare-se para a guerra. Preparando-nos adequadamente para a guerra, construindo uma dissuasão realmente sólida, impediremos que a guerra aconteça.”
Depois do encontro de Boris Johnson com o Presidente da Ucrânia, na sexta-feira, em Kiev, o primeiro-ministro britânico escreveu no jornal “The Times”: “Temo que precisemos de nos preparar para uma longa guerra, já que Putin recorreu a uma campanha de desgaste, tentando esmagar a Ucrânia com pura brutalidade.”
Antes de a Rússia ter invadido a Ucrânia, o Reino Unido tinha planos para reduzir o tamanho das Forças Armadas para 72.500 militares até 2025, de acordo com a BBC.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL