Angola vai elaborar um código postal nacional para acabar com a “tarefa heróica” dos carteiros angolanos que entregam correio ao domicílio apenas com base em referências, disse hoje a administradora da empresa pública de correios do país.
De acordo com a Presidente do Conselho de Administração dos Correios de Angola, Maria Luísa Andrade, o novo Código de Endereçamento Postal (CEP), que não existe no país, inclui-se nos 33 projectos para remodelar aquele serviço e a própria empresa até 2017.
“Esta ferramenta [CEP] vai ajudar os nossos carteiros, que são uns heróis. Fazem a entrega [postal, ao domicílio] por referências, de algumas instituições que estejam perto. Além de auxiliar os nossos carteiros, irá beneficiar outras instituições”, disse Maria Luísa Andrade.
A inexistência de um código postal em Angola torna virtualmente impossível a entrega ao domicílio de encomendas postais internacionais.
“O que as pessoas fazem é deixarem-nos o terminal telefónico e quando a encomenda chega [à central postal] nós ligamos”, reconheceu a administradora dos Correios de Angola.
A situação actual enfrenta ainda o problema de centenas de ruas que ainda hoje são conhecidas por diferentes toponímias, relativas ao período antes e pós colonial português.
Mais fácil e mais rápido
Além de facilitar a recepção das encomendas internacionais, a introdução do CEP, de acordo com Maria Luísa Andrade, permitirá o “tratamento mecanizado” na expedição, garantindo “maior rapidez e fiabilidade” no processo, aumentando a “credibilidade” da empresa.
O Plano Director de Recuperação e Rentabilização dos Correios de Angola, hoje apresentado em Luanda, representa um investimento público superior a 31,8 mil milhões de kwanzas (251 milhões de euros) até 2017, nomeadamente elevando de 53 para 200 o total de estações postais no país.
O objectivo passa por tornar o sector postal público angolano “auto-sustentável”, contrariamente à dependência da empresa, em 95 por cento, de transferências do Orçamento Geral do Estado.
A introdução de serviços financeiros na rede de balcões dos correios – para a qual já foi dada autorização do Banco Nacional de Angola -, a disponibilização do serviço de encomendas postais, o ingresso no mercado das comunicações electrónicas, são prioridades definidas no âmbito deste plano de acção para o sector, assim como a fidelização e reconquista de clientes no sector público e privado.
Agência Lusa