A empresa municipal de abastecimento de água em Olhão mostrou-se apreensiva com a intenção de a Águas do Algarve ficar com o abastecimento integral de água na região e rejeitou a hipótese de privatização do sector.
Em comunicado, a Ambiolhão refere que a “estratégia da Águas do Algarve passa pela criação de uma empresa multimunicipal”, um modelo “que merece muitas reservas”, pois pode ser “o princípio para a privatização” da água, o que é “completamente contra” as convicções daquela empresa municipal.
Em causa está a intenção da Águas do Algarve – actualmente responsável pela recolha, tratamento e abastecimento de água em alta, ou seja, até aos depósitos dos 16 municípios algarvios -, em querer assumir agora o abastecimento em baixa, estando a preparar estudos nesse sentido para os concelhos de Castro Marim, Vila Real de Santo António e Olhão.
“Quando o estudo estiver concluído, iremos ler, analisar e concluir, mas sempre tendo como objectivo principal o benefício da população”, observou a Ambiolhão, sublinhando que, “perante a insistência da Águas do Algarve”, aceitou prestar as informações necessárias à elaboração do estudo.
Segundo disse à Lusa a administradora da Águas do Algarve, a qualidade da água fornecida pela empresa está certificada, mas nem sempre a água que chega a algumas torneiras tem a mesma qualidade, porque alguns municípios recorrem também a furos de extracção de água próprios para abastecer a população.
Este é, para a Ambiolhão, um “não argumento”, uma vez que a empresa foi premiada com o selo de Qualidade Exemplar de Água para Consumo Humano.
A transferência de responsabilidades nesta área poderá implicar a aquisição ou aluguer de infra-estruturas de abastecimento das águas até aos consumidores.
O tarifário actual para a venda de água das Águas do Algarve é o mesmo para todos os municípios, mas depois cada município fixa o preço de venda aos consumidores.
(Agência Lusa)