A associação ambientalista Almargem convocou uma manifestação para sábado para “exigir a suspensão imediata” dos trabalhos de consolidação das arribas e da recarga artificial na Praia de D. Ana, no concelho de Lagos.
Em comunicado, a associação algarvia de defesa do património cultural e ambiental considera que a intervenção vai “destruir a praia mais bonita do mundo” e levanta “de novo a polémica em torno das soluções que têm sido postas em prática para, alegadamente, tornar mais seguras as praias do Algarve face ao risco de desabamento das arribas”.
A intervenção, prevista desde 1999 no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura/Burgau, prevê a consolidação das arribas, para minimizar os efeitos da erosão, e o alargamento do areal em cerca de 25 metros, com a recarga de cerca de 140 mil metros cúbicos de areia.
Para a Almargem, a recarga artificial terá como consequência “a destruição da paisagem marítima ancestral e deslumbrante da Praia de D. Ana, razão pela qual foi considerada pela revista Condé Nast Traveller como “a praia mais bonita do mundo” e distinguida pelo ‘site’ de viagens TripAdvisor como a “melhor praia de Portugal”.
Manifestação para exigir a suspensão dos trabalhos marcada para sábado
Os ambientalistas asseguram que “estas intervenções, por si só, não fazem desaparecer o risco para os banhistas que frequentam as praias com arribas instáveis”.
A empreitada de alargamento e consolidação das arribas na praia da D. Ana, orçada em 1,8 milhões de euros, chegou a ser iniciada em 2009, mas foi suspensa poucos dias depois, devido a um erro técnico no projecto.
Os trabalhos, da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), iniciaram-se na segunda-feira, prevendo-se a sua conclusão no mês de Junho.
Segundo a APA, a praia ficará mais segura com cerca de 40 metros de areal, o que permitirá que as pessoas fiquem afastadas das falésias.
A manifestação convocada pela Almargem para exigir a suspensão dos trabalhos está marcada para as 15 horas de sábado, junto à praia.
(Agência Lusa)