No fórum, aberto as autarquias e forças vivas da região, foram apresentadas as Bases do Plano Ferroviário Nacional (PNF), procurando reunir os contributos suscetíveis de serem incluídos no documento que deverá estar concluído até março de 2022.
O Plano que se encontra em fase de auscultação pública procura – conforme disse Frederico Francisco, do Ministério das Infraestruturas – “ouvir quem tem responsabilidades ou possa vir a ter sobre o território, e quais as necessidades e ambições que as pessoas têm para o transporte ferroviário que podem ser satisfeitas”.
O objetivo é que no próximo ano, o documento final resulte num diploma legislativo que tenha um estatuto igual ao do Plano Rodoviário Nacional (PRN), que na sua versão atual já existe desde 1985.
Portugal tem um Plano Rodoviário desde 1940. A verdade é que tem sido muito bem sucedido ao longo destes 35 anos.
“No investimento ferroviário, o que temos é um pouco o contrário. Como os ciclos de investimento do país estão tipicamente alinhados com os ciclos de fundos europeus, em cada novo ciclo, começamos com uma folha em branco, a ter discussões que já tinham sido feitas anos antes sobre as mesmas linhas”. Agora, “o objetivo do PFN é que o país fique dotado de um instrumento de médio e longo prazo que diz qual é a rede ferroviária que queremos atingir, para que em cada novo ciclo possamos selecionar os investimentos prioritários», sempre numa perspetiva de futuro.
Por sua vez, José Apolinário, presidente da CCDR do Algarve, falou dos investimentos previstos para a linha do Algarve: “São 140 quilómetros, 46 milhões de euros e 140 empregos diretos, em obras previstas executar nos anos de 2022 e 2023”.
E aquele responsável adiantou: “Falta, contudo, programar a substituição do material circulante e o reforço e acessibilidade à conectividade digital em todas as estações de comboio, automotoras e composições. Queremos e exigimos automotoras e composições mais modernas, que permitam viajar em condições de qualidade e conforto, de Lagos a Vila Real de Santo António, com redução do tempo de viagem e horários que dispensem o recurso ao modo automóvel”. Por sua vez, Cristina Grilo, porta-voz do “Movimento + Ferrovia”, considerou que “o atual transporte ferroviário está desajustado face às necessidades de mobilidade da região e presta um mau serviço às populações”.