O Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa foram as regiões com maiores reduções, tanto em número (-12,8% e -8,1%, respetivamente) como em valor (-4,3% e -0,2%, pela mesma ordem) das transações de alojamentos.
Já as regiões Norte e Centro concentraram no ano passado 48,7% do número total de transações de alojamentos no país, “o peso relativo conjunto mais elevado desde 2014”, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o INE, em 2020 a região Norte foi responsável por 28,7% do total de transações efetuadas, enquanto o Centro respondeu por 20,0%, sendo que também o Alentejo (6,9%) e a Região Autónoma da Madeira (1,8%) registaram um aumento nas respetivas quotas, de 0,7 e 0,1 pontos percentuais, respetivamente.
Em contrapartida, a Área Metropolitana de Lisboa, pelo segundo ano consecutivo, registou uma redução (1,0 ponto percentual em 2020) no seu peso relativo regional, fixando-se em 33,5%, enquanto as transações de alojamentos localizados no Algarve representaram 7,6% do total (menos 0,7 pontos percentuais) e nos Açores representaram 1,5%.
Em valor, no último ano a Área Metropolitana de Lisboa representou 45,4% das transações realizadas em Portugal, tendo este sido foi o terceiro ano consecutivo em que esta região registou uma redução do seu peso relativo no valor total das vendas de habitações, de -1,2 pontos percentuais (em 2017, o peso relativo foi 48,2%).
Entre as demais regiões, no Algarve observou-se igualmente uma diminuição do respetivo peso relativo (-0,7 pontos percentuais, para 10,2%), enquanto o Norte (24,3%) e o Centro (13,0%) representaram, em conjunto, 37,3% do valor total das habitações transacionadas, tendo as respetivas quotas relativas aumentado 0,9 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente.
À semelhança de 2019, o Alentejo evidenciou um incremento de 0,5 pontos percentuais da sua quota relativa no valor das transações, para um total de 4,2%.
Já a Região Autónoma da Madeira, com um aumento de 0,2 pontos percentuais no seu peso relativo, representou 1,8% do valor total das transações e os Açores mantiveram a quota relativa de 1,1%, do ano anterior.
De acordo com o INE, em 2020 o Alentejo foi a única região a registar simultaneamente crescimento do número e do valor das transações de habitações, 5,0% e 15,2%, respetivamente, face a 2019.
Segundo ainda os dados divulgados hoje pelo INE, os preços da habitação aumentaram 8,4% em 2020, desacelerando face ao crescimento de 9,6% em 2019, mas mantendo a “dinâmica de crescimento” apesar do “contexto desfavorável” resultante da pandemia.
“Em 2020, apesar do contexto desfavorável decorrente das restrições impostas no âmbito da pandemia da covid-19, continuou a observar-se uma dinâmica de crescimento dos preços das habitações transacionadas. A taxa de variação média anual do IPHab [Índice de Preços da Habitação] fixou-se em 8,4%, traduzindo uma redução face ao ritmo de crescimento dos preços observado em 2019 (9,6%)”, refere o INE.
Segundo o instituto estatístico, o aumento médio anual dos preços das habitações existentes (8,7%) superou o das habitações novas (7,4%), mas, e em linha com os últimos anos, a diferença no respetivo ritmo de crescimento dos preços reduziu-se, passando de 2,5 pontos percentuais em 2019 para 1,3 pontos percentuais em 2020.
Em 2020 foram transacionadas 171.800 habitações, menos 5,3% que em 2019 e o primeiro recuo no número de transações de alojamentos desde 2012, “refletindo o contexto económico adverso decorrente da pandemia de covid-19”.