A Águas do Algarve, empresa responsável pelo abastecimento de água e pelo tratamento de águas residuais na região e que integra o grupo Águas de Portugal, está a preparar uma acção de sensibilização para a gestão dos óleos alimentares, nomeadamente no que toca à sua reciclagem e valorização após uso.
A notícia foi avançada ao Postal por Teresa Fernandes, a responsável pela área de comunicação da empresa algarvia que realça a “importância” deste tipo de iniciativas para “a melhoria constante do progresso na qualidade ambiental no Algarve”.
A Águas do Algarve vai desenvolver uma campanha especialmente vocacionada para a área da hotelaria que culminará com a realização, a 7 de Outubro, de um seminário sobre o tema em Albufeira.
“Os empreendimentos hoteleiros e a restauração e similares são grandes utilizadores de óleos alimentares e, por isso, a primeira linha de sensibilização para esta questão da gestão dos óleos alimentares usados passa por estas áreas da actividade económica”, diz Teresa Fernandes, sublinhando que “muito já foi feito nesta matéria pelos operadores destes sectores que obedecem a legislação específica sobre o destino a dar aos óleos alimentares que usam”.
Sensibilização continua a fazer falta
Não obstante, o facto é que entre as instruções dadas pelos responsáveis das empresas hoteleiras e da restauração e similares e o comportamento efectivamente desenvolvido pelos trabalhadores continua a haver lacunas no cumprimento da legislação, cuja verificação do cumprimento cabal é difícil.
Isto mesmo avançou ao Postal o responsável por uma das empresas capazes de fazer a reciclagem e valorização dos óleos alimentares no Algarve.
“Os empregados se deitarem para o esgoto parte dos óleos usados dificilmente serão detectados, poupam-se ao trabalho de preparar os óleos para reciclagem e põem em causa o sistema, sem que seja possível detectar a origem da falha no circuito criado para garantir a reciclagem destes produtos”, refere a mesma fonte.
Assim, a sensibilização continua a ser a palavra de ordem para fomentar a reciclagem destes óleos e evitar que acabem deitados nos esgotos onde criam sérios problemas.
Teresa Fernandes disse ao Postal que “os problemas originados pelo despejo de óleos no sistema de esgotos se faz sentir especialmente nas condutas de mais baixo diâmetro usadas nas localidades e, no fim do ciclo dos esgotos, nas Estações de Tratamento de Águas Residuais, que ao receberem grandes quantidades de óleos alimentares têm de realizar tratamentos mais longos e onerosos para retirarem estas substâncias das águas antes de as libertarem no meio ambiente”.
Reciclar para quê
A valorização e reciclagem de óleos alimentares dá origem a novos produtos que regressam ao ciclo de utilização humano e evitam a dispersão dos óleos no meio ambiente.
O biocombustível, as rações para animais e a produção de outros subprodutos são alguns dos destinos dados aos óleos alimentares reciclados e Portugal está nesta matéria longe de ser auto-suficiente, é aliás importador de matéria-prima para a produção do biodiesel necessário para integrar os combustíveis que consumimos.
Razões de sobra, segundo Teresa Fernandes, para “continuar a política de sensibilização da águas do Algarve nesta área, dentro da lógica de responsabilidade social e ambiental da empresa para a região algarvia”.