A concessão por 30 anos dada pelo Estado à Águas do Algarve – uma empresa do grupo Águas de Portugal – abrange os Sistemas Multimunicipais de Abastecimento de Água (SMAA) e de Saneamento (SMSA), mas no caso dos saneamento a concessão só teve início em 2002, dois anos mais tarde do que na água.
A empresa é responsável em ambos os casos pelos sistemas em alta, o mesmo é dizer que os municípios têm responsabilidade pelos sistemas locais de abastecimento de água e de saneamento, as denominadas redes em baixa que vão desde a casa de cada um de nós até aos pontos de entrega dos sistemas multimunicipais.
O SMMA foi desenhado para o horizonte de duração da concessão e capacitado para, por um lado, responder a necessidades futuras de até 54 milhões de metros cúbicos de esgotos e, por outro, ser capaz de acomodar o pico turístico regional, uma situação única no país em que o número de utilizadores aumenta de forma exponencial e que determina um sobreinvestimento na capacidade de tratamento instalada.
587 milhões de euros de investimento
Não é pois por acaso que só no SMSA a Águas do Algarve já gastou 176.337 milhões de euros (ME) e preveja investir ainda 106,2 ME, num total global de 276,5 ME.
Trata-se, em particular quando adicionado o investimento total previsto no SMAA – 273,6 ME – do mais importante investimento sustentado em infra-estruturas na região.
Sendo ainda um investimento de elevado efeito reprodutivo indirecto, uma vez que permite ao Algarve ter uma maior qualidade ambiental e de vida, com implicações em todas as áreas de actividade, mas muito em particular na competitividade do sector turístico e das actividades ligadas à exploração dos meios ambientes para os quais são remetidos os efluentes tratados nas ETARs.
São cerca de 416 quilómetros de interceptores, entre adutores colectores e emissários, 168 estações elevatórias e 65 ETARs, que fazem toda a diferença numa região para a qual a qualidade ambiental é um trunfo económico de valor majorado.
Só no ano passado o SMSA tratou mais de 36 milhões de metros cúbicos de águas residuais, devolvidas à natureza com estrito cumprimento das normas ambientais.
“Temos hoje uma realidade muito diversa daquela que a região tinha há apenas 20 anos e que representa um esforço permanente na procura das soluções mais adequadas para responder aos cada vez mais exigentes paradigmas de qualidade ambiental”, sublinha Teresa Fernandes.