As Águas do Algarve entram indiretamente na casa de todos nós consumidores. Nós pretendemos levar água à casa de cada um dos consumidores, não apenas em quantidade, mas também em qualidade. Para isso temos efetuado um elevadíssimo investimento na região. Nós temos cerca de 650 milhões de euros já de investimento, sendo que perto de 400 milhões são para a questão da água, que tem a ver com as redes, com o investimento nas estações de tratamento de água, nos laboratórios, e na manutenção.
Nós temos um laboratório que é acreditado e, em consequência disso, temos a distinção da água como produto certificado. É evidente que não é esta certificação que traz a qualidade à água mas atesta sim a qualidade que nós temos nas nossas torneiras.
Associado a isto temos também um grande investimento que foi a construção de uma estação elevatória reversível, aquando da grande seca, que era algo que não existia e que nos permite levar água do sotavento ao barlavento e vice-versa, em caso de necessidade e isto é fundamental também para garantir a sustentabilidade do sistema e da prestação de um bom serviço no abastecimento à população.
Paralelamente a este abastecimento de água que nós fazemos à população, temos uma grande preocupação que tem não apenas a ver com as alterações climáticas, mas também com o facto de a água doce ser um recurso que é findável e o que se prevê para o futuro é que seja cada vez mais escassa. É importante mencionar que, nesse sentido, temos um grande investimento em projectos de investigação, inclusivamente com a Universidade do Algarve, outras universidades do país, com o Instituto Superior Técnico, com institutos e entidades internacionais para que possamos estar sempre na crista da onda em termos de investigação e desenvolvimento para as questões da água.
Depois temos as questões de educação ambiental. Nós temos um grande investimento nesta vertente não apenas com as escolas mas que visam todos os públicos-alvo de todas as idades da região, muito embora a aposta seja mais para os miúdos, tal como a Isabel falou, pois são os miúdos que incentivam os pais. Nós temos consciência disso. É mais fácil alterar comportamentos quando ainda somos mais jovens do que quando já temos idades mais avançadas e mentalidades pré-concebidas. A outra vertente da “Águas do Algarve” é o sistema de saneamento. Relativamente a este há também um grande trabalho desenvolvido. Temos cerca de 350 milhões de investimento já efetuado no Sistema. Enquanto que na água temos quatro grandes estações de tratamento de águas, no saneamento temos mais de 60 ETAR e mais de 180 EE. São sistemas completamente diferentes, com uma complexidade distinta. Aqui existe também um investimento em termos de tecnologias
Inovadoras o que também tem sido fundamental, porque a água rejeitada para os meios recetores tem de ser uma água de elevadíssima qualidade. Tem sido feito também um grande investimento na produção de energia verde para consumo próprio, e uma redução de consumo de energia oriunda do petróleo.
Esta última ETAR que inaugurámos em Faro já tem associado um projeto inovador que é o Nereda, que por si só é um sistema que permite que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) esteja plantada num espaço mais pequeno do que aquele que são as estações normais e com uma grande poupança de energia relativamente àquelas que também são as habituais. Ao nível do saneamento, estamos também a fazer uma grande investigação naquilo que é a reutilização.
Muito embora não dependa de nós, a nível Governamental está a fazer-se um esforço elevado para que se avance com a reutilização. No Algarve estamos a abastecer hortas de laranjeiras, temos também alguns campos de golfe a receber a nossa água…. Estamos a tentar ir um pouco mais além do que aquilo que é permitido por lei, sendo sempre solicitada autorização e dado conhecimento ao concedente, tem-nos sido sempre permitido fazer esse abastecimento, fornecimento.
Para os abacates também já temos alguns pedidos de utilização dessa água. Temos uma grande componente de comunicação e educação ambiental. As pessoas não valorizam aquilo que vai para o esgoto, acham que podem meter para lá tudo e mais alguma coisa, entopem os canos, aumentando os custos de tratamento de água e da própria canalização, o próprio jogar dos óleos para as canalizações que é tão prejudicial para as águas. Há aqui também um grande investimento da nossa parte nesta vertente da sensibilização. Depois, a sustentabilidade está sempre ligada a tudo aquilo que nós fazemos, aliás, somos uma empresa ligada ao setor do ambiente, pelo que de outra forma não seria possível trabalhar, não é?
Temos várias parcerias em termos de projetos de investigação, desenvolvimento e educação ambiental com várias entidades, porque também achamos que as parcerias são fundamentais, no desenvolvimento de projetos e mesmo em termos de resultados, não usando apenas o nosso know-how. Temos uma grande componente de investimento na produção de energia verde. Um dos grandes custos que a Águas do Algarve tinha era com a energia, em todas as instalações.
Temos investido na construção de parques fotovoltaicos para produção e consumo de energia própria, sendo que temos dois que se destacam instalados nas ETAs de Alcantarilha e de Tavira.
Somos uma das empresas que tem tido mais resultados a nível nacional, que é um motivo de orgulho de todos nós. Temos cerca de 154 colaboradores, que são peças fundamentais em toda a empresa. Somos muito poucos, com as reduções de pessoal que se têm verificado, nem sempre é fácil o o dia a dia de trabalho.
A empresa está presente em todos os 16 municípios, com o sistema de abastecimento de água e saneamento, sendo motivo de orgulho para cada de nós trabalhar nesta casa, cuidando de um bem que é essencial à vida que é a água. Queremos que quando se abre a torneira, a água possa continuar a correr em quantidade e em qualidade.
(CM)