Responsáveis do turismo no Algarve asseguraram este sábado à Lusa que o setor está a tomar medidas e continua comprometido na luta contra a seca, aguardando o lançamento do selo de eficiência hídrica que irá atestar a redução do consumo de água.
“Estamos e vamos continuar a implementar medidas para reduzir o consumo de água”, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a maior associação de hotéis da região.
Hélder Martins acrescentou que “deve estar a sair” a apresentação do ‘selo verde’ que os empreendimentos turísticos esperam ir atestar a efetiva redução do consumo de água e o compromisso das empresas com a implementação de medidas de eficiência hídrica que contribuam para a poupança e gestão sustentável da água.
O representante dos hoteleiros algarvios referiu que investimentos “mais estruturantes” irão demorar mais tempo a implementar, como a substituição de plantas em jardins por outras mais resistentes ou uma troca mais profunda de equipamentos sanitários.
Por seu lado, o presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes, assegurou que o setor “renovou e reforçou o seu compromisso” de poupança de água, um esforço que está a ser feito há alguns anos.
O responsável lamentou que as modalidades de implementação do novo selo de eficiência hídrica, designado ‘Save Water’ (Economize Água), não possa ser anunciado, como se previa inicialmente, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa, a decorrer até domingo, mas prometeu o lançamento da iniciativa para breve.
André Gomes explicou que os hotéis vão poder aderir voluntariamente a um conjunto de 60 medidas que o setor pode tomar para reduzir o consumo de água.
Selo: Consumo de água monitorizado ao longo do ano
As unidades hoteleiras terão de se registar numa plataforma informática e o seu consumo de água será monitorizado ao longo do ano, acrescentou.
O Conselho de Ministros aprovou em fevereiro uma resolução em que o Governo reconhece a situação de alerta na região do Algarve, por motivo de seca, e aprovou um quadro de medidas de resposta imediata, de caráter temporário, para a redução de consumos e racionalização da utilização dos recursos hídricos.
As medidas vão permitir “ultrapassar as necessidades essenciais da época do verão e terminar o ano de 2024 com reservas para 2025”, segundo o texto da resolução.
Em janeiro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática já tinha anunciado para o Algarve cortes de água de 25% na agricultura e de 15% no setor urbano, que inclui o turismo, para preservar as reservas de água e fazer face à seca.
As medidas de poupança de água decididas devem entrar desde agora e até “ao final do corrente ano hidrológico, que termina no dia 30 de setembro de 2024”.
Prevê-se que as famílias passem a ter menos pressão para tomar banho e lavar a louça e não irão poder lavar o carro com água da rede, durante o verão.
Quem consumir pouca água poderá manter os preços, mas o regulador do setor indicou que os municípios poderão aprovar novos tarifários que vão aumentando à medida dos escalões de consumo.
Ainda no setor do turismo, estão previstas medidas como a instalação de dispositivos para redução de pressão ou recirculação de água, suspensão do abastecimento da água da rede pública para rega de campos de golfe ou o encerramento de chuveiros e lava-pés nas zonas balneares.
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