A água da torneira tem qualidade e os consumidores não necessitam de equipamentos purificadores, ao contrário do que as empresas vendedoras destes aparelhos dizem, afirmou hoje o director do departamento desta área na entidade reguladora do sector.
“Tem-se verificado nos últimos anos que algumas empresas tentam comercializar purificadores de água recorrendo a uma experiência enganadora e tentando assim convencer os consumidores da necessidade de tratamento adicional da água da torneira”, disse hoje à Lusa Luís Simas.
“Quando existe acesso à rede de distribuição não há necessidade de fazer tratamento à água”, alertou o responsável.
O director do departamento da Qualidade da Água da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) falava a propósito do Dia Mundial da Água, que hoje se assinala, e que foi escolhido para a apresentação da sua nova imagem institucional.
Os três elementos que constituem o novo logótipo da ERSAR estão associados aos serviços regulados, ou seja, o abastecimento de água, o saneamento de águas residuais e a gestão de resíduos urbanos.
A entidade reguladora tem recebido vários pedidos de esclarecimento da parte dos consumidores sobre a necessidade, ou não, de instalarem equipamentos para tratamento da água da rede de distribuição.
Indicador de água segura em Portugal é de 98%
Por isso, vem reforçar a informação de que o indicador de água segura em Portugal é de 98% e “pode ser bebida sem quaisquer adições, de tratamento ou de coisa alguma”.
“Acima de tudo, pretendemos informar o consumidor que esses equipamentos não são necessários quando são servidos pela água da rede de distribuição, portanto não têm qualquer necessidade de fazer tratamento adicional”, insistiu Luís Simas.
E salientou a necessidade de esclarecer “a forma utilizada para convencer o consumidor que é a realização de uma experiência com um impacto visual muito grande, mas depois utilizada de uma forma errada do ponto de vista técnico”.
Assim, “a experiência leva, às vezes, o consumidor a tomar uma decisão que não está fundamentada” e aquilo que “nos preocupa é induzirem o consumidor em erro”, acrescentou o director do departamento da Qualidade da Água.
A ERSAR salienta mesmo que “estes equipamentos produzem uma água de composição mineral desequilibrada e que em nada ajuda na protecção da saúde humana”.
Além dos pedidos de informação dos consumidores, a ERSAR também é contactada por operadores a transmitir que “estas empresas actuam nas suas áreas utilizando o argumento de que a água da rede não tem qualidade adequada e têm um equipamento que resolve os problemas todos”.
Somente a pequena parte da população que não tem água da rede pública, porque vive em zonas isoladas, deve preocupar-se com a qualidade de água que lhes chega à habitação.
A taxa de cobertura da rede está acima de 95% e “o que é razoável do ponto de vista técnico já foi atingido”.
Nestes casos, especificou, os consumidores podem contar com as autoridades de saúde locais, o regulador e o operador que está nesse concelho para ajudarem a estabelecer mecanismos de controlo e tratamento da água.
(Agência Lusa)