No passado dia 12 de Dezembro comemorou-se a criação da Armada Portuguesa há 700 anos, o que é um facto de grande importância na História de Portugal mas continua a verificar-se o erro sistemático da sociedade portuguesa quanto ao esquecimento das Marinhas civis, isto é, a de Comércio e a das Pescas a quem se deve tanto a sua influência nos descobrimentos marítimos como à Armada.
Na verdade até Julho de 1974 todas as actividades de Marinha estavam dependentes da Armada através do Ministério da Marinha o que tinha a vantagem de termos um “cluster” desde tempos muito anteriores ao do inventor deste termo e a partir desta data as Marinhas civis, agora acrescentadas da de Recreio passaram a segundo plano: a de Comércio conotada com o colonialismo, a de Recreio com actividades fascistas e a das Pescas como parente pobre não tendo sido preparada para a nossa adesão à CE por opção do Governo da AD.
Aliás a Marinha de Comércio sofreu os ataques mais definitivos durante o Governo de Cavaco Silva e se tivéssemos economistas interessados nestes assuntos de Marinha teriam certamente calculado os muitos milhões de euros que o País já perdeu com estes desmandos e que continua a perder porque os discursos empolgantes não têm correspondência em decisões eficientes.
E o que é bastante desanimador, particularmente quando estamos a lutar contra esta situação há mais de quarenta anos, e verificamos que nenhum partido político português dá sinal de se interessar a sério pelas soluções concretas, porque discursos o vento os leva e nada fica feito.