Meses após o alerta de André Ventura sobre o suposto risco de um “Partido Islâmico Português”, a página homónima voltou a circular em grupos de desinformação no Facebook. O líder do Chega mostrou-se, na manhã de 28 de abril, preocupado com “sinais”, nomeadamente alguns chegados do Facebook, onde uma página do “Partido Islâmico Português” o chamou à atenção. “Se ignorarmos estes sinais só para sermos politicamente corretos, isto vai correr mal… É tempo de acordar”, escreveu André Ventura na sua conta oficial do X, revela o Polígrafo.
A teoria sobre a existência de um “Partido Islâmico Português” ressurgiu nas redes sociais, propagada como um facto. A página do alegado partido político autodefine-se com o objetivo de “mostrar aos portugueses que a religião muçulmana é uma religião de paz”. Porém, desde 2018, as publicações apresentam um tom claramente irónico, evidenciado sobretudo nas caixas de comentários.
O que está em causa? Ao contrário do que André Ventura faz crer no seu último “tweet”, partilhado esta manhã, Portugal não está a ignorar “sinais” dados pela existência de um “Partido Islâmico Português”. A página para que o líder do Chega alerta não representa uma força política. Nem poderi
Em abril deste ano, após André Ventura ter chamado a atenção para a existência desta página, o grupo, que não publicava desde 2019, reagiu com a seguinte mensagem: “Boa noite caros portugueses seguidores de Allah! Acontece que a nossa página tem vindo a receber alguma atenção ultimamente. Infelizmente há anos tivemos de interromper este projeto, mas estamos de volta, e em maior número do que nunca! Objetivo: um deputado na assembleia em 2018. Allahu akbar!”.
Pouco depois, a página respondeu ao líder do Chega: “O senhor André Ventura não deveria ter medo de nós! Ambicionamos ser um partido democrático como qualquer outro! Desafiamos o Dr. André Ventura para um debate sobre o Islão, os seus valores e a sua aplicação na política! Alá é grande!”.
Apesar das alegações partilhadas no Facebook, tanto os registos do Tribunal Constitucional como da Comissão Nacional de Eleições são taxativos: não existe qualquer Partido Islâmico Português. Além disso, a lei dos partidos políticos é clara ao afirmar que “a denominação [de um partido] não pode basear-se no nome de uma pessoa ou conter expressões diretamente relacionadas com qualquer religião ou com qualquer instituição nacional”. Adicionalmente, estipula que “o símbolo não pode confundir-se ou ter relação gráfica ou fonética com símbolos e emblemas nacionais nem com imagens e símbolos religiosos”.
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