O empresário algarvio acusado do sequestro da filha, em 2012, ia conhecer hoje a sentença, que já havia sido marcada para 20 de Maio, mas foi adiada pela segunda vez pelo Tribunal de Faro.
Filipe Silva é acusado de sequestro por não ter entregado a filha, então com oito anos, à mãe e ex-companheira, a irlandesa Candice Gannon, após um período de férias, como estava determinado judicialmente.
“O tribunal achou relevante perceber o que se passou depois da separação” do casal, afirmou o juiz a 20 de Maio, quando adiou a leitura da sentença para hoje, acrescentando ser importante analisar todos os factos já relatados no Tribunal de Família e Menores e uma série de ‘emails’ enviados.
O juiz entregou à acusação e à defesa um despacho de 27 páginas com 46 factos que indiciam alterações à forma como o caso era visto até agora, tendo dado até hoje para as partes o analisarem.
“O que me interessa é voltar a estar com a minha filha, que já não vejo desde 2014”, disse nessa ocasião o empresário algarvio, à saída da sala de audiências.
Os factos remontam a Setembro de 2012, quando, depois de passar férias com a filha, o empresário não cumpriu a decisão do tribunal de entregar a menina à mãe, que na altura vivia na Madeira.
Só em Fevereiro de 2013 é que a criança, conhecida por Ellie, foi entregue às autoridades pela avó paterna, já depois de Filipe Silva ter sido detido pela Polícia Judiciária.
Durante aproximadamente sete meses, o pai terá vivido no Porto com a menina, que agora reside na Irlanda com os irmãos, a mãe e o atual marido desta.
Na primeira sessão do julgamento, as testemunhas de defesa relataram que o pai de Ellie terá agido por desespero, por não concordar que a filha fosse para a Irlanda e porque esta lhe teria dito que não queria lá viver em permanência.
Mas a mãe da menina disse em tribunal, por teleconferência, a partir da Irlanda, que a filha ficou “profundamente marcada” pelo período em que foi mantida pelo pai no Porto, ainda fazia terapia diariamente e passou a sofrer de ansiedade, a ter problemas para dormir e também de autoconfiança.
Se for condenado, Filipe Silva incorre numa pena de prisão até 10 anos.
(Com Agência Lusa)