A ACRAL considera que “o Algarve foi severamente penalizado pela nova classificação de territórios de baixa densidade, já que a mesma contribui para o aumento das assimetrias regionais ao não incluir nesta classificação extensas zonas da serra e barrocal algarvios”.
A classificação como territórios de baixa densidade é determinante para a atribuição de fundos de apoio oriundos do Estado e da União Europeia, uma vez que, permite acesso a apoios majorados através de uma discriminação positiva dos candidatos a fundos sedeados nos territórios abrangidos.
“Com o novo mapa de territórios de baixa densidade no Algarve, uma parte muito substancial das áreas do barrocal e serra ficou desclassificada, numa análise feita concelho a concelho e que descuidou a análise no terreno da realidade de cada zona dentro dos municípios”, refere Victor Guerreiro, presidente da ACRAL.
“Trata-se de um mapa desenhado a régua e esquadro nos gabinetes, esquecendo que o Algarve tem enormes assimetrias entre o litoral e o interior, mesmo dentro de cada concelho”, refere o responsável associativo, que destaca “a falta de respeito pelo Algarve e pelos algarvios de um trabalho mal realizado por burocratas que nada percebem da realidade do país e da região”.
“Só assim se compreende que uma freguesia como a do Ameixial, em Loulé, ou de São Marcos da Serra, em Silves, tenham a mesma classificação que freguesias como Quarteira ou Armação de Pêra, que embora nos mesmos concelhos, respectivamente, em nada podem ser comparáveis”, refere Victor Guerreiro, que não hesita em classificar a situação: “trata-se de um erro redondo e de efeitos potencialmente gravíssimos, revelador de pura incompetência e não de um mero lapso”.
ACRAL solidariza-se com a posição defendida pelos autarcas algarvios e pela AMAL
Para Victor Guerreiro “a nova classificação dos territórios de baixa densidade no Algarve prejudica gravemente a economia algarvia, barrando o acesso, a diversos agentes económicos e entidades públicas inseridos em territórios desfavorecidos, a verbas que são determinantes para o apoio ao desenvolvimento económico e social”.
A ACRAL solidariza-se com a posição defendida quanto a esta matéria pelos autarcas algarvios e pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e sublinha a rejeição do mapa e dos critérios que lhe deram origem, bem como de veemente protesto face ao resultado final do mesmo.
“Os decisores políticos a todos os níveis têm, de uma vez por todas, de perceber que as decisões que tomam afectam gente real e a economia real e que podem custar milhões ao país e ao seu desenvolvimento. As decisões têm de ser pensadas e discutidas com quem conhece a realidade e deixar de serem tomadas no conforto de gabinetes distantes de um qualquer edifício governamental”, diz Victor Guerreiro.
O presidente da ACRAL “incita e exige ao Governo a revisão no mais curto prazo de tempo possível deste erro crasso e alerta para os prejuízos potenciais de uma decisão tardia quando estão em abertura candidaturas para vários sistemas de apoio e incentivo no quadro do CRESC Algarve 2020”.
“As assimetrias da região e do país não se compadecem com decisões erradas e correcções tardias”, realça o dirigente associativo, sublinhando que “um Governo inteligente é aquele que evita os erros e que uma vez cometidos os reconhece e repara de imediato”.
“O Algarve não pode esperar, a economia e os empresários algarvios não podem esperar, nem mais um dia pela correcção deste erro de palmatória” conclui Victor Guerreiro.