O sistema de saneamento básico do Monte Seco, localidade do barrocal algarvio a poucos quilómetros da cidade de Loulé, foi inaugurado esta segunda-feira, em pleno território do Aspirante Geoparque Algarvensis. Durante anos a população reivindicou este equipamento e, neste dia, viu concretizado o desejo de beneficiar de uma rede de água e esgotos que responda a necessidades básicas do seu quotidiano.
Com um “sentimento de dever cumprido”, o autarca de Loulé, Vítor Aleixo, explicou as dificuldades em realizar estes trabalhos por parte do empreiteiro: “É uma obra executada ao longo de muitos quilómetros de estrada e caminhos estreitos, num terreno difícil, com muita pedra”.
Num investimento de 1,2 milhões de euros, foram aqui criados mais de 6 quilómetros de extensão de uma rede de condutas de abastecimento de água e praticamente outro tanto de uma rede de coletores gravíticos (esgotos), para servir uma população de mais de 300 habitantes e que “fica preparada para o futuro”. Até porque, como vaticina o edil de Loulé, é expectável o aumento da presença humana nesta área nos próximos anos, graças à sua localização e às condições que oferece.
“A população aqui vai aumentar porque cada vez há mais gente que procura viver em lugares como este do nosso Algarve. É um privilégio viver numa terra destas que tem comunicações, infraestruturas básicas, segurança, paz, boa vizinhança, uma cultura acolhedora”, adiantou Vítor Aleixo, frisando a atratividade deste local marcado pela ruralidade mas que, ao mesmo tempo, fica perto do núcleo urbano de Loulé.
Por outro lado, e uma vez que este território se cruza com o maior projeto futuro que se vislumbra para o concelho de Loulé – o Aspirante Geoparque Algarvensis -, Vítor Aleixo acredita que também o Monte Seco poderá tirar partido da mais-valia associada a esta “aspiração” de Loulé, Silves e Albufeira. “É uma oportunidade muito grande para o desenvolvimento desta área, um desenvolvimento sustentável, diferente daquele que tem acontecido no mundo nas últimas décadas”, referiu, apontando a economia de pequena escala, as pequenas empresas e o consumo dos produtos locais como essenciais nesta lógica que se pretende aqui reforçar, ao mesmo tempo que a geologia (por exemplo os Megalapiás da Varjota, logo ali ao lado do Monte Seco) constituirá um atrativo para os turistas desta zona que se espera, dentro de dois anos, venha a ter a chancela da UNESCO.
Durante esta inauguração do sistema de água e esgotos do Monte Seco, Vítor Aleixo anunciou que em breve será inaugurada também a obra de Clareanes (2,5 milhões de euros), numa altura em que está já em fase de contratação pública a empreitada para a criação do saneamento básico no Cerro do Galo (1,3 milhões de euros).