O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Jorge Botelho, disse hoje que o abastecimento à região durante a greve de motoristas tem sido “minimamente garantido”, mas advertiu que é preciso monitorizar constantemente a situação.
Jorge Botelho expressou esta posição à Agência Lusa depois de, na terça-feira, a AMAL se ter reunido, num encontro que contou com a participação de forças de segurança e Proteção Civil, e serviu para fazer uma análise ao abastecimento de combustíveis e a supermercados que estava a ser feito na região desde que a greve se iniciou, às 00:00 de segunda-feira.
“Até agora, os serviços têm sido assegurados. Agora, vamos acompanhando para ver como vai ser nas próximas horas e dias”, afirmou o também presidente da Câmara de Tavira (eleito pelo PS), tendo por base o relato que os autarcas de cada um dos 16 concelho do Algarve fizeram durante a reunião.
Jorge Botelho precisou que, no encontro, os autarcas e as entidades de segurança e socorro presentes fizeram um “ponto de situação sobre a crise de combustíveis na região” e concluíram que, “ao dia de ontem [terça-feira], a situação era tranquila”, embora com racionamento e faltas temporárias de abastecimento em alguns pontos.
O autarca referiu que foram “partilhados dados pelos presidentes de Câmara sobre esta questão da crise energética e de como a região estava a ser abastecida”, no que se refere tanto a “postos REPA [Rede Estratégica de Postos de Abastecimento]” como “ao abastecimento de supermercados”, exemplificou.
“Mas isto evolui e hoje as notícias já são diferentes”, advertiu, referindo-se a informações veiculadas pela comunicação social a dar conta de que os motoristas de transporte de matérias perigosa e mercadorias podem deixar de cumprir serviços mínimos ou desrespeitar a requisição civil decretada pelo Governo na segunda-feira.
Jorge Botelho afirmou que esta greve é “preocupante desde o primeiro dia” e considerou que está a ser “prejudicial para o país e particularmente para o Algarve”, que está em plena época alta de turismo e tem uma população muito superior à que habitualmente reside na região.
“Quando a greve foi anunciada já era preocupante, desde que começou é preocupante e não foi pelo abastecimento estar a ser minimamente garantido que a situação melhorou. Isto é preocupante e vamos ver o que passa nas próximas horas e dias”, reconheceu.
A greve que começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
Ainda na segunda-feira, o Governo decretou a requisição civil, alegando o incumprimento dos serviços mínimos.
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(CM)