Não é a única estratégia de resposta francesa aos ataques de terrorismo da passada semana em Paris – ainda hoje as autoridades francesas lançaram uma operação anti-terrorista em Saint Denis – mas a nível militar é até ao momento o primeiro sinal de um avanço mais musculado dos gauleses, depois de terem realizados raides aéreos contra o DAESH (auto-denominado estado islâmico) em território sírio nos últimos dias recorrendo aos caças franceses já estacionados nos países vizinhos.
Chama-se Charles-de-Gaulle e é o navio almirante da Marinha Francesa a resposta do Eliseu às acções reivindicadas pelo DAESH em território gaulês e zarpou hoje da sede do Almirantado Francês em Toulon em direcção ao Mediterrâneo oriental.
O Charle-de-Gaulle leva 26 aeronaves a bordo, 18 Rafale e oito Super-Etandard, e após os mortíferos atentados de sexta-feira, o Presidente francês – François Hollande – “decidiu envolver” o grupo aeronaval “no Mediterrâneo oriental, antes de o reunir, se necessário, no golfo arábico-persa” indicou o almirante René-Jean Crignola, comandante do grupo aeronaval, citado pela agência noticiosa AFP.
“Nos próximos dias, a chegada ao teatro dos caças do grupo aéreo embarcado vai triplicar as atuais capacidades de acção da França”, sublinhou Crignola, que comanda a totalidade da Task Force 476, que inclui para além do grupo aeronaval francês, diversos navios estrangeiros, onde se incluem uma fragata britânica e outra belga, o Leopoldo I.
A força do ‘de-Gaulle’
O porta-aviões francês agora em marcha para a costa do Mediterrâneo Ocidental pode operar em operações extremas até quarenta aeronaves por dia, contando com uma tripulação de 1.950 Homens.
Movido a propulsão nuclear e podendo deslocar-se à velocidade de aproximadamente 50 quilómetros por hora (27 nós) este gigante europeu dos mares – um dos maiores porta-aviões em operação no mundo – pode ainda lançar os seus caças em dois segundos a uma velocidade de 270 quilómetros por hora.
A capacidade operacional máxima de aeronaves do Charles-de-Gaulle é de 34 aviões e entre o seu efectivo contam-se os modernos Rafale – caças multi-funções – e os Super-Etandard, mais antigos e destinados às funções de ataque ar-ar e ar-terra, que serão desmobilizados em 2018.
O porta-aviões almirante francês pode colocar nos céus 100 aviões por dia durante sete dias consecutivos com picos de 20 a 24 aviões a cada quatro horas de operação.
(com Agência Lusa)