A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse esta quarta-feira terem já sido aprovadas 59 candidaturas no âmbito do Programa Nacional de Regadios, abrangendo 67 mil hectares e um investimento público de 400 milhões de euros.
“Foram já aprovadas 59 candidaturas que beneficiam 67 mil hectares, num investimento público que ronda os 400 milhões de euros, a que acresce a aprovação do estudo para segurança de barragens, no valor de mais de 1,5 milhões de euros”, disse a ministra numa audição perante o grupo de trabalho da Lei de Base do Clima.
Maria do Céu Antunes justificou o reforço da aposta no regadio com a concretização do Programa Nacional de Regadios, num investimento total de 560 milhões de euros, com a necessidade de “mitigar o efeito das secas prolongadas” e criar “uma maior resiliência aos efeitos das alterações climáticas”, mas também de “modernizar os regadios existentes, tornando-os mais eficientes”.
“Para podermos promover uma ocupação do território e a viabilidade das explorações agrícolas, independentemente da sua dimensão, precisamos de ter água e precisamos de saber geri-la melhor”, sustentou.
Segundo a governante, “com um investimento previsional de 750 milhões de euros”, o Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030 “pretende dar continuidade a esta estratégia, baseada na revitalização de áreas regadas existentes e na criação de novas reservas hídricas e respetivas áreas regadas”.
“Por exemplo, o Plano de Recuperação e Resiliência [PRR] vai contemplar o investimento no regadio e na eficiência hídrica, propondo 47 milhões de euros em infraestruturas de rega (rede fundamental para dar sequência ao aproveitamento hidráulico de fins múltiplos do Crato) e 17 milhões de euros para a modernização e a melhoria da eficiência de regadios individuais no âmbito do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, tendo em vista a redução das perdas de água e aumentar a eficiência do setor agrícola”, sustentou.
Ainda no PRR, e com impacto no setor agrícola, Maria do Céu Antunes apontou o investimento de 93 milhões de euros “para implementar a agenda de inovação, criando uma rede de polos de investigação e inovação orientados, também, para a transição climática”, que permitirão um melhor estudo das práticas agrícolas.
No âmbito do portal único para a agricultura, a ministra destacou o objetivo de implementar os cadernos de campo eletrónicos, “onde o agricultor faça todos os seus registos”, de forma a disponibilizar, em permanência, dados em tempo real que sustentem as decisões a tomar.
“Adicionalmente, o PRR integra um conjunto de reformas de investimentos transversais que beneficiam o setor agrícola e os seus agricultores, como por exemplo a cobertura 5G, a requalificação e a melhoria das competências e a promoção da igualdade de oportunidades”, acrescentou.