Cerca de 199 milhões de mulheres vivem, em todo o mundo, com diabetes, valor que as estimativas da Organização Mundial de Saúde indicam que aumente ainda mais, chegando aos 313 milhões até 2020. No que respeita ao nosso país, 10,9% das mulheres têm diabetes, números que motivam o enfoque dado, este ano, à relação entre a diabetes e o sexo feminino, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de Novembro.
Sob o lema ‘Mulheres e a Diabetes: Direito a um Futuro Saudável’, o que se pretende é chamar a atenção para um problema de saúde que, embora afecte tanto homens como mulheres, tem algumas especificidades no feminino que importa realçar, como alerta a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).
Uma em cada duas mulheres com diabetes gestacional terá diabetes mellitus
“Mais de 15% das grávidas portuguesas têm diabetes gestacional”, confirma Estevão Pape, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da SPMI. “E embora este seja um problema que normalmente termina quando o bebé nasce, aumenta o risco da mãe vir a ser diabética no futuro. Há uma memória que fica. E se a mulher tiver história familiar da doença ou se aumentar de peso, o risco de vir a ter diabetes é maior”, acrescenta.
A diabetes é uma doença em que os internistas estão altamente envolvidos e empenhados no tratamento, através da sua actividade hospitalar e em consultas diferenciadas, em especial porque a sua prevalência não tem parado de aumentar no nosso país, existindo mesmo consultas de Diabetes e Gravidez em muitas unidades hospitalares.
A diabetes é uma doença com uma prevalência enorme em Portugal
Os internistas estão no topo da preocupação. Com a diabetes, a Medicina Interna é uma especialidade chave no acompanhamento de pessoas com diabetes, sem esquecer nunca que em ligação com a Medicina Geral e Familiar estão no contacto directo com a pessoa com diabetes. Nos serviços de Medicina Interna mais de 30% dos doentes internados são diabéticos.
“A diabetes é uma doença com uma prevalência enorme em Portugal. Estima-se um milhão de pessoas diagnosticadas, às quais se juntam outras 500 mil que não sabem que têm com a doença. É por isso essencial estar atento, consultar regularmente um médico, procurar ter estilos de vida saudáveis. As pessoas têm que ter cuidado para não se deixarem aumentar de peso, controlar a sua pressão arterial, ter atenção ao colesterol”.
Diabetes é a nona causa de morte entre mulheres a nível global
Com a aproximação do Dia Mundial da Diabetes, o especialista alerta: “é preciso que a população em geral esteja atenta, assim como os organismos que tutelam a saúde e a classe médica, porque a diabetes afecta grande parte da população e é muito fruto da desatenção”.
De acordo com a Federação Internacional da Diabetes, responsável pela escolha do tema que norteia o Dia Mundial da Diabetes, esta é a nona causa de morte entre mulheres a nível global, estando na origem de 2,1 milhões de óbitos todos os anos. Resultado das condições socioeconómicas, são muitas as mulheres e meninas com diabetes obrigadas a enfrentar barreiras ao acesso à prevenção, detecção precoce, diagnóstico, tratamento e cuidados de saúde, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento.
(Sociedade Portuguesa de Medicina Interna)