Complicações que requerem tratamento médico são detetadas em 40% dos pacientes com varíola dos macacos, segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet.
O ensaio de observação, que foi realizado em três unidades de saúde sexual em Madrid e Barcelona, determina que quase metade dos pacientes analisados apresentou complicações que exigiram tratamento médico, principalmente para reduzir a dor associada à proctite (25%), ulceração amigdalar (11%) e edema peniano (8%).
Três pacientes chegaram a precisar de internamento por complicações decorrentes dessas manifestações.
Além disso, todos os participantes apresentavam lesões na pele, na região anogenital ou perioral.
Outra conclusão relevante da análise aponta o “contacto pele com pele” durante a relação sexual como o “fator determinante” na transmissão da doença.
Por outro lado, é concluído que, dado o curto período de incubação, a vacinação pré-exposição de grupos de alto risco será provavelmente mais eficaz do que a vacinação pós-exposição para o controlo da infeção.
Por último, os investigadores observam que as cargas virais são “surpreendentemente” mais altas em zaragatoas (as amostras recolhidas) de lesões de pele em comparação com níveis relativamente baixos em zaragatoas faríngeas.
Portanto, apontam que esse facto “deve ser investigado mais a fundo para saber se a transmissão respiratória é viável e, consequentemente, orientar a decisão quanto ao isolamento respiratório domiciliário dos afetados”.
Na avaliação dos 181 casos confirmados utilizados, 175 (98%) eram homens, dos quais 166 foram identificados como homens que fazem sexo com homens.
A idade média dos afetados foi de 37 anos, e a duração média do período de incubação da doença foi estabelecida em sete dias.