As autoridades de saúde portuguesas decidiram esta quinta-feira retomar a administração de vacinas da AstraZeneca contra a covid-19, três dias depois do anúncio de uma suspensão temporária devido a relatos em vários países de casos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
“O plano de vacinação sofreu uma pausa no que concerne à vacina da AstraZeneca e vai ser posto em marcha outra vez a partir de segunda-feira. Vamos retomar o plano, acelerando-o”, afirmou o coordenador da ‘task force’ para a vacinação contra a covid-19, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, numa conferência de imprensa em que esteve também presente o presidente do Infarmed, Rui Ivo, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
A decisão foi anunciada na sequência da decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA) de que a vacina da AstraZeneca “é segura e eficaz” e que não está associada aos casos de formação de coágulos sanguíneos que levaram à suspensão da sua utilização em mais de uma dezena de países europeus.
Em Portugal, a pandemia de covid-19 já provocou 16.743 mortos entre os 816.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Suspensão da vacina foi decisão de saúde pública
A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que a utilização da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, que será retomada segunda-feira, foi suspensa por uma decisão de saúde pública.
“Foi uma decisão de saúde pública. Há uma coisa que se chama o princípio da precaução em saúde pública. Na dúvida, fez-se uma pausa”, assegurou Graça Freitas, numa conferência de imprensa conjunta com os responsáveis da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e da `task force´ que coordena o plano de vacinação.
Segundo a diretora-geral da Saúde, esta pausa da utilização da vacina da AstraZeneca é “facilmente recuperável e não vai impactar significativamente no esforço de vacinação”.
“Foi uma decisão tomada por dois organismos técnicos: a DGS e o Infarmed, por princípio da precaução em saúde pública”, reiterou.
Graça Freitas falava horas depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter assegurado que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 “é segura e eficaz”, não estando também associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados, que levaram à suspensão do seu uso.
“O Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância chegou a uma clara conclusão na investigação dos casos de coágulos sanguíneos: esta é uma vacina segura e eficaz”, declarou a diretora executiva da EMA, Emer Cooke, falando em videoconferência de imprensa a partir da sede do regulador, em Amesterdão.
A posição da EMA surge depois de nos últimos dias vários países europeus, incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco.