Poucas pessoas se sentem verdadeiramente satisfeitas com o seu estado actual.
De outra forma, não se entenderia que corrêssemos de um lado para o outro na viagem incessante que julgamos que nos leva do nosso estado actual (EA) para o estado desejado (ED).
Ou seja, estamos reflectidos neste resumo: EA ->ED. Sempre insatisfeitos com o estado actual, sempre a caminho de um estado desejado.
Acreditas que uma ‘equação’ pode resumir os processos do consumo, do crescimento, ou do investimento?
Eu creio que esta se aproxima deste objectivo: ED = EA + R – I.
Ou seja, obtemos o estado desejado adicionando ao actual Recursos e removendo Impedimentos. O que são Recursos? Podem ser externos e mais ou menos dependentes de nós como dinheiro, uma promoção, um carro novo, um parceiro sentimental ou internos como Auto estima, Confiança, Entusiasmo, Tranquilidade, etc.
E Impedimentos? Podem tomar diversas formas, particularmente Crenças Limitadoras, mas também Incongruências de Valores, Padrões do passado que se projectam sobre o presente e futuro, Memórias mal resolvidas e dificuldade de lidar com Objectivos.
A má notícia é que é muito fácil ficar preso na armadilha da busca incessante do estado desejado.
A boa notícia é que, de acordo com a PNL, nós já possuímos todos os recursos internos que precisamos (embora possam não estar activos).
A formulação da PNL, num dos seus pressupostos é a de que não há pessoas sem recursos mas sim estados pobres de recursos.
Numa frase, a PNL seria um arte e tecnologia para activar recursos e remover impedimentos de forma a estarmos muito mais presentes no nosso estado desejado.
Como podemos activar recursos?
Sem entrar em técnicas mais sofisticadas (que se treinam num curso de PNL), podemos adoptar alguns procedimentos muito simples.
Usamos o pressuposto, caro à PNL, de que o nosso Inconsciente trabalha a nosso favor e armazena muito mais informação e aprendizagens do que aquela que aparece no plano da consciência.
Dica nº 1: Sai de dentro dos problemas
Quem não tem problemas? Alguns são desafios à espera de uma solução, outros decorrem da percepção de que as tarefas que temos pela frente são superiores aos recursos de que dispomos.
Em qualquer caso, podemos ter uma de duas posições: imersos no problema ou observadores. Quando imersos no problema, estamos centrados nas dificuldades, por oposição às possibilidades, focados no que não queremos em contraste com o que desejamos e, de um modo geral, sofrendo desnecessariamente.
Imersos nos problemas, estamos ausentes dos nossos recursos (ou os recursos estão ausentes de nós).
Como observadores, não se trata de nos tornarmos passivos e fingirmos que nada se passa. Trata-se de deixar passar as emoções negativas que nos podem prejudicar, ganhar mais informações objectivas sobre o problema e, fundamentalmente, perceber que recursos nos estão a faltar.
Valerá a pena realçar que os recursos interiores são os mais importantes?
Dica nº 2: Nomeia os recursos de que precisas pela positiva
Não digas somente que não queres algo, aponta mesmo para o que queres ter.
Que recursos interiores específicos gostava de activar?
Será confiança? Ou tranquilidade? Ou segurança? Ou amor-próprio? Ou entusiasmo? Ou simplesmente curiosidade?
O que quer que seja, designa-o pelo nome mais simples que puderes e cuida da linguagem que usas. Em vez de ‘tenho de ter paz’, experimenta dizer ‘quero ter paz’.
Dica nº 3: Como seria se tivesse já este recurso/estado?
As perguntas que começam com ‘Como seria se…’ , desde que feitas com autenticidade bem para o fundo de nós mesmos têm um efeito quase mágico.
Porquê? Porque o nosso inconsciente tem de de nos dar uma amostra desse estado para que possamos entender a pergunta. Depois, só temos de ficar focados e ampliar essa amostra.
Experimenta fazer a ti mesma uma pergunta destas. Pensa no estado ou recurso que queres ter. E pergunta-te: ‘Como seria se já tivesse isto dentro de mim?’.
Dica nº 4: Quando já usufruí deste estado ou recurso?
Qualquer que seja o recurso que precises, aposto que já o tiveste bem presente em alguma situação relativamente recente na tua vida. Às vezes, as pessoas cometem um erro, procurando o recurso na sua intensidade máxima. Mas passa-se neste domínio o mesmo que sucede ao acender uma fogueira. Começamos com um pequena chama e deixamo-la crescer.
Portanto, se queres activar um recurso, recorda-te de uma situação em que ele estava presente, em qualquer forma. Por exemplo, se eu procuro confiança, posso encontrar um momento em que a senti ao fazer uma actividade muito simples ou banal.
Depois, só precisas de trazer à memória essa situação, com o máximo de nitidez, cor, brilho, presença, ouvindo o que ouvias, vendo o que vias e, certamente, sentindo o que sentias.
Dica nº 5: Amplia a sensação
Ao entrares em contacto com o recurso, sentirás decerto uma sensação relacionada com a sua presença. Dá-lhe as boas vindas e reconhece a sua presença. Considera que essa sensação pode ter um movimento, uma vibração ou um sentido pela qual se desloca no teu corpo. Imagina que podes acelerar a velocidade deste movimento, com cada respiração, de tal forma que a sensação se desenvolva em todo o teu corpo. E ao fazê-lo, até pode exceder os limites do teu corpo, como se brilhasse como uma nuvem de luz colorida. Encontra a cor dessa luz.
Diz para ti mesma: “Tenho o recurso X e ele brilha no meu corpo com a luz … (nome da cor)”.
Dica nº 6: Pede o auxílio de um Mentor
Como seria se tivesses um Mentor que te ensinasse tudo o que precisas de saber sobre como dispor deste recurso?
Trata-se de uma entidade (pessoa, animal, ‘espírito’, vivo ou não, teu conhecido ou não), a quem atribuis a qualidade que gostavas de possuir. Experimenta visualizá-lo num espaço próximo de tal forma que possas escutar os seus conselhos acerca da activação dos recursos. Imagina que incorporas essa entidade e que repetes os conselhos a ti mesmo.
Não é importante que oiças conscientemente palavras específicas, o que interessa é que o teu inconsciente esteja disponível para o fazer.
Depois, podes ampliar o estado de recursos, como na dica 5.
Dica nº 7: Como seria se dispusesse deste recurso quando tenho o problema?
Imagina-te no contexto em que o problema se coloca mas agora dispondo completamente do recurso que precisavas. O que muda?
Dica nº 8: Como seria dispor deste recurso como forma de estar na vida?
Ao dares este passo, ao fazeres esta pergunta com seriedade bem para dentro de ti mesma, pode suceder algo muito importante.
A pouco e pouco (ou repentinamente…), o recurso (seja ele mais específico como criatividade ou mais geral e profundo como paz) pode passar a ser uma constante na tua vida, a partir do qual obténs resultados ainda mais importantes.
NOTA: As ferramentas da PNL têm ainda maior eficácia quando treinadas em formações certificadas ou facilitadas em ambiente de Coaching por consultores credenciados.