O boletim covid-19 da Direção-Geral da Saúde dá conta de mais 17 mortes, 3773 infetados e 1494 recuperados em Portugal, nas últimas 24 horas.
O país volta a ultrapassar a fasquia das 3000 infeções diárias — como aliás tinha já sido antecipado pela ministra da Saúde, Marta Temido —, o que não acontecia desde 25 de agosto quando foram contabilizados 3062 casos.
As mortes desta quarta-feira (17) representam igualmente o segundo pior registo diário dos últimos três meses — a 18 de agosto registou-se valor idêntico. Pior só na passada segunda-feira, dia em que morreram 18 pessoas devido à infeção por SARS-CoV-2. Entre o total de óbitos reportados esta quarta-feira, dez foram registados em pessoas com 80 ou mais anos, quatro na faixa etária dos 70-79 e três na faixa etária dos 60-69.
A situação nos hospitais portugueses também voltou a agravar-se, havendo hoje mais 32 pessoas internadas em ambulatório (681 no total) e mais 12 em unidades de cuidados intensivos (105 no total). Os internamentos subiram pelo 18.º dia consecutivo e é preciso recuar até 2 de setembro para encontrar um número superior (695).
No que respeita à matriz de risco, o R(t), ou índice de transmissibilidade, voltou a subir esta quarta-feira, situando-se nos 1,20 na globalidade do território nacional e no continente (valores eram anteriormente de 1,19 e 1,20). A incidência da covid-19 aumentou também para 251,1 casos por 100 mil habitantes no território nacional e 251,3 no continente, ultrapassando o risco elevado, que se situa nos 240 casos por 100 mil habitantes. Na última análise estes valores eram de 228,9 casos por 100 mil habitantes no território nacional e 228,8 no continente.
Os números gerais da pandemia desde que surgiu em Portugal o primeiro caso de covid-19, em março de 2020, são os seguintes: 1.130.091 infetados, 1.063.689 recuperados e 18.370 óbitos. Há ainda 48.032 casos ativos, mais 2262 do que na véspera, e 49.654 contactos em vigilância (mais 2296 do que ontem).
CENTRO NÃO TINHA TANTOS CASOS DESDE FEVEREIRO; NOS AÇORES É PRECISO RECUAR ATÉ JANEIRO
É preciso recuar até 11 de janeiro para encontrar um número de casos diários (138) superior ao verificado esta quarta-feira nos Açores (105). O Centro, com 912 novos casos (24,17% do total) e sete mortes, não tinha tantos infetados num só dia desde 6 de fevereiro, quando a região somou 960.
Lisboa e Vale do Tejo continua a ser, pelo 14.º dia consecutivo, a região nacional com mais novos casos: as autoridades de saúde locais detetaram mais 1126 casos, o que representa 29,84% do total diário — desde 18 de agosto, quando foram reportados 1146 infetados, que LVT não tinha um número tão elevado. Há ainda a assinalar seis mortes nesta zona do país.
A Norte há mais dois óbitos e 1090 casos, o valor mais alto desde os 1124 registados em 25 de agosto.
Seguem-se o Algarve com 284 novos infetados, o Alentejo com 186 e a Madeira com 70 (e duas mortes).
Os números absolutos de casos e mortes por região ficam assim:
Relativamente a casos confirmados por faixa etária, a fotografia do país é a seguinte:
Por último, quanto a mortes confirmadas por covid-19 por faixa etária, uma doença que afeta mais a população idosa, o retrato do país é este:
O surto em Portugal, em gráficos e mapas
Casos ativos
Total de casos confirmados
Total de mortes
Evolução de mortes
Mortos por dia
Evolução de casos
Novos casos por dia
Gráficos e mapas do Expresso, jornal parceiro do POSTAL
COVID-19: VACINAÇÃO DE CRIANÇAS MENORES DE 12 ANOS CONTINUA A DIVIDIR OPINIÕES
A vacinação contra a covid-19 de crianças menores de 12 anos, sobre a qual a Agência Europeia do Medicamento deverá pronunciar-se na quinta-feira, continua a dividir as opiniões médicas e científicas.
Segundo o último relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, “o grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada” são as crianças com menos de 10 anos (298 casos por cem mil habitantes), que “não são elegíveis para vacinação”.
Perante o aumento do número de casos, volta o debate sobre o alargamento da vacinação às crianças com menos de 12 anos (entre 11% e 12% da população nacional). Até agora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem assinalado que “não adianta vacinar crianças quando há profissionais de saúde, idosos e pessoas de alto risco no mundo que ainda estão à espera da primeira dose”.
De visita a Lisboa, a 19 de outubro, o diretor regional para a Europa da OMS, Hans P. Klüge, admitia que a decisão de vacinar as crianças abaixo dos 12 anos demoraria “um pouco”, dado que “as evidências ainda não são robustas o suficiente”.
Entre os especialistas portugueses, as opiniões dividem-se: de um lado, profissionais como o epidemiologista Henrique Barros ou o perito em saúde pública Francisco George defendem a vacinação das crianças com menos de 12 anos, mal a segurança e a eficácia da vacina estejam comprovadas cientificamente, como “medida fundamental de proteção”. Do outro, Jorge Amil Dias, presidente do Colégio da Especialidade de Pediatria da Ordem dos Médicos, tem manifestado reservas ao alargamento da vacinação, considerando que “ainda não há evidência que [o] justifique”.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) anunciou a 18 de outubro que começaria a avaliar a administração da vacina Comirnaty, da farmacêutica Pfizer/BioNTech (atualmente autorizada em pessoas com 12 ou mais anos), em crianças entre os 5 e os 11 anos. Outras duas vacinas para crianças abaixo dos 12 anos estão já a gerar dados: Spikevax (Moderna) e Vaxzevria (AstraZeneca).
O parecer da EMA deve ser conhecido na quinta-feira e será depois transmitido à Comissão Europeia, que emitirá uma decisão final.
♦ LINKS ÚTEIS
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- ECDC – listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas na Europa
- Universidade de Oxford – dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg – listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine – gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacinas
- Agência Europeia dos Medicamentos
- Covid-19 DGS – relatórios de situação diários
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC – Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças