O presidente do Tribunal de Contas, José Tavares, afirma que a saúde é um sector muito difícil e com problemas estruturais. “É um sector em constante mutação, que envolve muitos recursos, incluindo humanos, e em que é extremamente importante que a organização ocupe um papel muito importante”, diz em entrevista ao “Jornal de Negócios”.
Para além disso, o presidente acrescenta que “é um sector em que há também muitos interesses e, portanto, em que quem governa e quem fiscaliza tem de ter em atenção toda esta ponderação de interesses”. José Tavares esclarece que não está prevista uma auditora do Tribunal de Contas aos serviços de urgência, no entanto não a exclui. “O tribunal não pode organizar e planear as suas ações de acordo com problemas conjunturais, senão não faz nada. Temos de ver ao longe e de uma forma integrada. Pode acontecer que o tribunal, no seu planeamento delibere em plenário geral realizar uma auditoria aos serviços de urgências hospitalares.”
“Nós devíamos, como povo, investir mais em termos de organização sem matarmos uma qualidade que temos, que é uma certa capacidade de criação e até de improvisação, também muito importante”, diz José Tavares. O presidente do Tribunal de Contas realça que o sistema de saúde português “não está mal posicionado” em comparação com “outros sistemas de saúde mesmo na União Europeia”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL