Esta quarta-feira, o boletim da Direção-Geral da Saúde assinala mais 52.549 novos casos de covid-19 em Portugal, dos quais 1960 na região algarvia, 33 mortes e 28.825 recuperados. São agora 356.477 os casos ativos, mais 23.691 do que no dia anterior.
Portugal ultrapassa, assim, a barreira dos 2 milhões de casos registados desde o início da pandemia: foram identificados 2.003.169 infeções desde março de 2020.
O número diário de infetados é o mais elevado de sempre e está, pela primeira vez, acima dos 50 mil, bastante acima da média verificada neste novo ano, fixada nos 32.290.
As mortes recuaram em relação à véspera, quando foram assinaladas 46 vítimas mortais, mas mantêm-se, pelo sexto dia consecutivo, acima das três dezenas. Entre os 33 óbitos reportados esta quarta-feira, 27 foram declarados em pessoas com 70 ou mais anos.
Os 33 novos óbitos associados à covid-19 ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo (15), na região Norte (10), no Centro (5), na Madeira (1), nos Açores (1) e no Alentejo (1).
Os internamentos também aumentaram: há mais quatro doentes em ambulatório, o que eleva o total para 1959 internados nos hospitais do país. Já as hospitalizações em unidades de cuidados intensivos baixaram: há menos sete pacientes em UCI, num total de 153 – um valor quase idêntico ao de há um mês.
O índice de transmissibilidade – o R(t) – desceu, mas a incidência continua a subir. O R(t) está agora nos 1,11 na totalidade do território e 1,10 no continente (era de 1,13 no boletim anterior, em ambos os casos) e a incidência atingiu um novo máximo: 4490,9 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e 4437,4 no continente (estava acima dos 3840 na segunda-feira, para lá do limite da escala, agora ampliada).
Desde o início da pandemia em Portugal, quando foi detetado o primeiro caso de covid-19 em março de 2020, as autoridades de saúde já identificaram 2.003.169 casos, 19.413 mortes e 1.627.279 recuperados. Há ainda 359.893 contactos em vigilância, o que corresponde a mais 34.939 do que na véspera.
Nunca o Norte teve tantos casos num só dia
O Norte atingiu esta quarta-feira um novo máximo de casos desde o início da pandemia: as autoridades de saúde locais identificaram mais 22.455 infetados, o que corresponde a 42,73% do total diário nacional. Há ainda a assinalar 10 mortes durante as últimas 24 horas na região.
Lisboa e Vale do Tejo é a zona do país com mais mortes desde a véspera: há mais 15 fatalidades e 16.192 contágios, o que constitui 30,81% do total de casos divulgados pela DGS.
Seguem-se o Centro, com mais 7744 infeções e cinco mortes, o Algarve, com 1960 contágios e sem qualquer óbito a assinalar, a Madeira, com 1865 casos de covid-19 e uma vítima mortal, o Alentejo, com 1502 pessoas que testaram positivo e uma fatalidade, e os Açores, com 831 infetados e uma morte.
Os números absolutos de casos e mortes por região ficam assim:
Relativamente a casos confirmados por faixa etária, a fotografia do país é a seguinte:
Quanto a mortes confirmadas por covid-19 por faixa etária, uma doença que afeta mais a população mais velha, o retrato do país é o seguinte:
ÓMICRON COM PREVALÊNCIA DE 93% E DETETADA UMA OUTRA LINHAGEM NO ALGARVE
A variante do coronavírus SARS-CoV-2 é agora responsável por 93% das infeções em Portugal e uma outra linhagem foi detetada com características genéticas semelhantes, anunciou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
“Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção estimada máxima (93%) entre os dias 7-9 de janeiro”, refere o relatório do INSA sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.
Segundo o documento, aquando da identificação da Ómicron (BA.1) em meados de novembro de 2021, foi detetada uma outra linhagem (BA.2) com várias características genéticas semelhantes entre si e que apresentam um “excesso” de mutações na proteína ‘spike’, muitas delas partilhadas.
De acordo com o INSA, a linhagem BA.2 já foi detetada em vários países, destacando-se a sua crescente proporção entre as sequências genómicas reportadas recentemente pelo Reino Unido e Dinamarca.
Em Portugal, a linhagem BA.2 foi já detetada em amostragens aleatórias por sequenciação de 27 de dezembro a 2 de janeiro, representando pelo menos uma introdução no Algarve.
CASOS LIGEIROS PODEM LEVAR A PROBLEMAS DE ATENÇÃO E MEMÓRIA
Pessoas com infeção leve e que não sofrem nenhum outro sintoma tradicional de “covid longo” podem, ainda assim, apresentar falhas de atenção e memória seis a nove meses após a infeção, segundo um estudo da Universidade de Oxford da Grã-Bretanha.
Questões cognitivas que afetam os níveis de concentração, juntamente com esquecimento e fadiga, são características de “covid longo” – uma condição que afeta alguns após um ataque inicial da infeção – mas não foi estabelecido o quão difundidos os problemas de atenção podem estar após a infeção por covid-19.
No estudo, os participantes que testaram positivo para covid-19 anteriormente, mas não relataram outros sintomas tradicionais de “covid longo”, foram solicitados a concluir exercícios para testar a sua memória e capacidade cognitiva.
Os investigadores descobriram que os participantes tinham mais dificuldades em recordar experiências pessoais, conhecidas como memória episódica, até seis meses após a infeção.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL