A vacinação para as crianças entre os 5 e 11 anos arranca já no fim de semana de 18 e 19 de dezembro pelas crianças mais velhas. O autoagendamento estará aberto a partir da próxima segunda-feira (13).
Numa conferência de imprensa realizada durante a tarde desta sexta-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Sales avançou que no primeiro fim de semana serão vacinadas as crianças de 11 e 10 anos, podendo ser ainda vacinadas algumas crianças de 9 anos.
O processo será retomado após as festas. A 6, 7, 8 e 9 de janeiro (quinta a domingo) serão vacinadas as crianças entre os 7 e 9 anos. Seguem-se as crianças de 6 e 7 anos, nos dias 15 e 16 de janeiro, e finalmente as de cinco anos, a 22 e 23 de janeiro
As segundas doses serão administradas entre 5 de fevereiro e 13 de março, terminando o processo. O intervalo entre doses recomendado, e que ficou decidido na reunião da Comissão Técnica desta quinta-feira, é de seis a oito semanas.
Como já tinha sido anunciado na terça-feira, as crianças consideradas de risco para covid-19 grave terão prioridade independentemente da idade. Para tal terão apenas de se dirigir aos centros de vacinação, desde que tenham prescrição médica.
As crianças que já estiveram infectadas têm de aguardar 90 dias após a infeção para poderem receber a vacina.
Durante a conferência, Graça Freitas recordou que a vacina administrada será a da Pfizer/BioNTech (Comirnaty), a única que recebeu até agora parecer positivo da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para ser utilizada nesta faixa etária. A dose pediátrica será mais reduzida, equivalendo a cerca de um terço da dose de um adulto. Segundo o parecer da EMA, os estudos analisados demonstraram que esta quantidade tem a mesma eficácia nas crianças que a dose maior tem nos jovens entre os 16 e 25 anos.
António Sales acrescentou ainda que durante os dias destinados à vacinação pediátrica não serão vacinados adultos nos centros de vacinação.
DGS DIVULGOU PARECER TÉCNICO ESTA SEXTA-FEIRA
Durante a conferência, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde informou ainda que a DGS iria divulgar ainda esta sexta-feira o parecer técnico que serviu de base à decisão de vacinar as crianças destas idades.
“Compreendemos as dúvidas dos pais, sobretudo quando a ciência se discute no palco mediático. Por isso, a DGS divulgará hoje mesmo o parecer técnico da Comissão Técnica de Vacinação e os documentos de suporte, para que os pais das 600 mil crianças destas idades tenham acesso à informação com rigor, com transparência e verdade.”
O parecer ficou disponível na íntegra durante a conferência. A DGS responde assim aos pedidos de especialistas e partidos, que pediram a divulgação deste documento na íntegra. Esta quinta-feira já tinha sido divulgada a posição técnica da Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19, que resume o parecer.
“ESTAMOS COM UMA ATIVIDADE EPIDÉMICA INTENSA E CRESCENTE”
Questionada pelos jornalistas, a diretora da DGS voltou a reforçar que as crianças são atualmente a faixa etária com maior prevalência da doença e sublinhou que “estamos com uma atividade epidémica intensa e crescente”.
“Todos os dias, nos últimos 14 dias, 451 crianças dos cinco aos nove anos adoeceram com covid-19” , informou.
Graça Freitas sublinhou que a decisão de vacinar estar crianças devem em contra as análises de custo-benefício e pareceres de agências conceituadas como EMA e a equivalente norte-americana FDA. A diretora-geral remeteu ainda para um estudo que indica que em quatro meses, com uma cobertura vacinal de 85%, poderão ser evitados 13 mil novas infecções e 51 internamentos, cinco em cuidados intensivos.
Sobre a generalização da 3ª dose e eventuais ajustes devido à variante Ómicron, disse ser ainda necessário mais análise para decidir.
LOGÍSTICA DA VACINAÇÃO INFANTIL COM DUAS ADAPTAÇÕES FACE À DOS ADULTOS
Questionado pelos jornalistas, o coronel Penha Gonçalves, o novo líder da task force da vacinação, afirmou que o processo terá duas adaptações para ser ajustado a estas crianças.
Por um lado, haverá uma “adaptação técnica, que se relaciona com ter apenas a vacina pediátrica nos dias de vacinação das crianças”. Por outro, está a task force quer promover “ambiente um pouco mais acolhedor” nestes dias nos centros de vacinação, eventualmente com “algumas áreas que permitam que as crianças passem os tempos de espera e recobre de uma forma mais tranquila”.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL