Uma equipa de investigação do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve revela novos alvos terapêuticos para o tratamento do gliobastoma multiforme, o tumor cerebral mais comum e com taxa de mortalidade mais elevada.
A investigadora Patrícia Madureira e a sua equipa acabam de publicar na Revista Cells um artigo científico que pode ajudar a compreender o gliobastoma multiforme, um dos tumores cerebrais mais mortíferos.
Assumindo que o cancro é resultado da divisão celular descontrolada e que neste tipo de tumor cerebral se observa que a baixa concentração de oxigénio na região tumoral (denominada de hipóxia tumoral) está associada a uma maior capacidade de proliferação, invasão e disseminação das células cancerígenas, a equipa de investigação procura compreender de que forma esta situação contribui para que as células do tumor se tornem mais invasivas.
Num cancro cujo prognóstico dos pacientes é bastante reservado, com um tempo médio de vida de apenas 15 a 17 meses, o objectivo é claro: ajudar a desenvolver, no futuro, terapias mais eficazes para este tipo de tumor.
Sendo a invasão tumoral a principal causa de morte dos pacientes com gliobastoma multiforme e também o principal obstáculo ao tratamento, os investigadores procuram ir à raiz do problema.
Com este trabalho os investigadores do CBMR, da Universidade do Algarve, e do Brain Tumour Research Centre, da Universidade de Portsmouth, U.K., concluíram que existem diversas proteínas celulares envolvidas na promoção da invasão neste tipo de tumores cerebrais e que devem ser apontadas como potenciais alvos terapêuticos para o tratamento da doença. Alguns agentes quimioterapêuticos estão já a ser testados em ensaios clínicos.
Sendo que a terapia actual para este tipo de tumores envolve (quando possível) cirurgia, seguida de radioterapia e quimioterapia, verificando-se, na maior parte das vezes, uma resistência aos tratamentos, que leva à reincidência da doença, o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas é essencial para o tratamento mais eficaz destes pacientes.
Recorde-se que o tratamento para o gliobastoma multiforme não é alterado desde 2005, motivo pelo qual este estudo levanta, agora, uma nova janela de oportunidade.
O artigo completo está disponível em: http://www.mdpi.com/2073-4409/6/4/45
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