O Instituto Nacional de Emergência Médica garantiu esta terça-feira que as situações apontadas numa auditoria que detetou falhas no armazenamento de medicamentos já foram ou estão a ser alvo de correção e sublinhou que se tratou de “situações pontuais”.
“As situações identificadas em auditoria realizada pelo próprio INEM já foram e/ou estão a ser alvo de correção. Trata-se de situações pontuais, numa auditoria realizada por amostragem, que não podem generalizar-se a todo o instituto”, refere o INEM, numa resposta enviada à Lusa.
A auditoria em causa, elaborada entre os dias 23 de maio e 07 de junho e a que a Lusa teve acesso, apontou falhas no armazenamento de medicamentos e concluiu que o instituto não garante que todos os consumíveis estão dentro da validade, sublinhando igualmente que o INEM “não garante a utilização responsável e segura dos medicamentos pelos profissionais”.
Entre outras conclusões, que incluem a falta de controlo de pragas, sobretudo num dos armazéns onde são guardados consumíveis e medicação para distribuição a nível nacional, os peritos apontam o dedo à forma como os medicamentos estão guardados em alguns locais.
No armazém dos medicamentos, “o frigorífico encontrava-se sobrelotado, não cumprindo as condições ideais de armazenamento, já que não garante a circulação do ar refrigerado a todos os medicamentos devido à falta de espaço entre medicamentos”, refere o relatório da auditoria.
Sobre a manutenção dos meios existentes, o relatório diz que não foi garantida a continuidade do serviço da manutenção dos equipamentos, nomeadamente os serviços contratualizados com o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), o que está em linha com as denúncias sobre “equipamentos obsoletos e sem reposição” que têm sido feitas pelos profissionais.
Como exemplo da falta de recursos, aponta a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Lagos, onde “o serviço de internet não está assegurado permanentemente desde que saíram do hospital antigo de Lagos (abril de 2023)”.
O documento refere também a falta de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), sublinhando que “os recursos humanos são insuficientes para a prossecução dos objetivos de diferentes unidades orgânicas, tendo repercussões nos resultados dos indicadores estabelecidos”.
Na resposta enviada hoje à Lusa, o INEM diz ter “um robusto sistema de qualidade”, caracterizado pela “procura ativa e permanente de áreas e pontos de melhoria” e lembra que “desenvolve periodicamente um conjunto de auditorias internas combinadas, por amostragem, o que permite identificar as atividades e áreas em que é possível melhorar e corrigir o sistema”.
“O INEM é certificado por entidades externas e independentes nas áreas da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho, Organizações Educativas/ Formativas, Conciliação da Vida Profissional, Familiar e Pessoal e pelo Manual de Standards de Unidades de Urgência e Emergência de acordo com o modelo de acreditação ACSA Internacional da DGS, que abrange a totalidade de atividade de emergência médica do INEM, designadamente dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes e dos meios de emergência operados pelo Instituto”, acrescenta.