Francisco Amaral, presidente do conselho da comunidade do ACES (Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento Algarvio), exige explicações à ARS Algarve, “sobre as razões que motivaram a não renovação da comissão de serviço do delegado de saúde de Castro Marim, Dr. Mariano Ayala”.
“A estranheza aumenta quando estamos no decurso de uma pandemia com risco muito elevado na maioria do Algarve e quando se trata de um técnico de saúde de elevada competência e dedicação à causa que vem desempenhando, tendo sido insubstituível no combate à pandemia, tal como reconhecido por toda a população de Castro Marim”, refere o também presidente da Câmara de Castro Marim em comunicado.
Na passada sexta-feira, o autarca acusou a ARS de, “em plena pandemia e num concelho em risco elevado”, não ter ouvido o executivo de Castro Marim e sublinhou tratar-se de uma decisão que “só se justifica na baixa política e na perseguição pessoal, devendo esta tomada de posição envergonhar os seus autores”.
“Trata-se de uma decisão, no mínimo, infeliz e inoportuna da ARS, que se deveria preocupar, de modo sério, com o controlo desta pandemia, em vez de só valorizar as perseguições pessoais e políticas, julgando-se ‘dona disto tudo’”, pode ler-se na nota.
O município de Castro Marim revelou ter dado “conhecimento à ministra da Saúde para reverter esta decisão”.
Contactada pela Lusa, a ARS Algarve respondeu na sexta-feira que “não comenta este tipo de comunicados” e informou que as renovações ou não de comissões de serviço são “processos internos normais”, realizadas de acordo com a lei que estabelece o regime jurídico da designação, competência e funcionamento das entidades que exercem o poder de autoridades de saúde.
Destacou ainda que estes processos “não colocam em causa o trabalho que está a ser desenvolvido no terreno pelas equipas de Saúde Pública da região e, neste caso, do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Sotavento, no combate à pandemia”.