O Governo francês anunciou esta quinta-feira que vai abater até 2,5 milhões de aves em quintas do sudoeste do país para tentar conter a expansão de casos de gripe aviária, quando já foram identificados mais de 230 focos da doença.
“A estratégia adaptada visa reduzir a duração da epizootia [doença que ataca ao mesmo tempo muitos animais da mesma espécie na mesma zona] e a sua disseminação para outras áreas de produção” que ainda não foram atingidas, assim como permitir que a criação de animais possa ser retomada nas quintas “o mais rápido possível”, disse esta quinta-feira o Ministério da Agricultura francês, num comunicado.
O abate preventivo será aplicado numa área que engloba 226 municípios em três departamentos vizinhos (Landes, Pirinéus-Atlânticos e Gers), junto à fronteira espanhola com o País Basco e Navarra.
Já foram abatidos 1,2 milhão de animais e está previsto fazer o mesmo com outros 1,2 a 1,3 milhão, a maioria palmípedes (aves aquáticas com os dedos das patas unidos por uma membrana, como patos e gansos), indicaram fontes do Ministério francês.
Depois do abate, o “vácuo sanitário” até à chegada de novas aves deverá rondar as duas a três semanas, para aumentar as garantias de desinfeção das instalações.
O Departamento de Agricultura fez questão de salientar que a propagação da epidemia de gripe aviária está a ser mais lenta este ano do que em 2021.
No final de novembro, os primeiros animais infetados com gripe aviária foram localizados em França, muito perto da fronteira belga, e em 16 de dezembro foi oficializado um primeiro surto numa quinta de patos no departamento de Gers.
É a quarta vaga epidémica de gripe aviária que afeta a França desde 2015.
Na anterior, que durou do outono de 2020 à primavera de 2021, foram registados 492 surtos em quintas e cerca de 3,5 milhões de animais tiveram de ser abatidos no sudoeste do país, essencialmente patos.
Agora o Governo francês, que ocupa a presidência do Conselho da União Europeia (UE) no primeiro semestre deste ano, está a propor aos seus parceiros comunitários uma mudança na regulamentação para dar mais atenção à vacinação na estratégia de combate a este problema.
Nesse sentido, as autoridades francesas criaram um grupo de trabalho para estudar como a vacinação pode ajudar na prevenção destes casos.
Portugal com novo foco de infeção por gripe das aves em Setúbal
Portugal tem confirmado mais um foco de infeção por gripe das aves, num ganso, na Lagoa de Santo André, distrito de Setúbal, estando as medidas de vigilância a ser aplicadas, revelou a DGAV.
“No dia 17 de janeiro, foi confirmado um novo foco de infeção por vírus da gripe aviária em ganso, na Lagoa de Santo André, em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal”, indicou, em comunicado, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
As medidas de vigilância, estão já a ser implementadas.
No documento, a DGAV apelou aos detentores de aves para que cumpram as medidas de biossegurança e as boas práticas de produção, evitando contactos entre aves domésticas e selvagens.
Por outro lado, devem ser reforçados os procedimentos de higiene nas instalações, equipamentos e materiais.
“A notificação de qualquer suspeita deve ser realizada de forma imediata, de modo a permitir uma rápida e eficaz implementação das medidas de controlo da doença no terreno pela DGAV”, vincou.
Já as notificações de mortalidade podem ser submetidas na aplicação ANIMAS (http://animas.icnf.pt).
A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.