No último ano, no distrito de Faro, 48,71% dos utentes enfrentaram algum tipo de indisponibilidade de medicamentos. Destes, 17,61% recorreram a uma nova consulta para obter o medicamento disponível e 4,69% tiveram mesmo de parar o tratamento, segundo dados revelados por uma sondagem realizada pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR).
Na análise, as regiões mais desertificadas e economicamente mais desfavorecidas do interior do país são as que declararam maiores dificuldades no acesso à medicação prescrita. Nos distritos de Beja e Guarda a percentagem chega quase aos 70% (68,22% e 67,30%, respetivamente).
O mesmo estudo conclui que a falta de medicamentos nunca afetou tanto os portugueses: 3,4 milhões (52,20%) depararam-se com este problema e 371 milhões (5,70%) foram forçados a interromper a terapêutica.
A indisponibilidade de medicamentos levou ainda 1,4 milhões (21,50%) de utentes a recorrer a consulta médica para alterar a prescrição. O recurso a estas consultas causou elevados custos quer para o sistema de saúde (35,3M€ a 43,8M€), quer para o utente (2,1M€ a 4,4M€).
Os inquéritos para o relatório sobre o “Impacto da Indisponibilidade do Medicamento no Cidadão e no Sistema de Saúde”, da CEFAR, foram realizados na primeira semana de abril deste ano e contaram com a participação dos utentes de 2.097 farmácias em Portugal.
(CM)