Depois de dois anos de medidas preventivas e prevalência do coronavírus, os especialistas alertam que a gripe deverá regressar em força durante este outono e inverno. Quando a tendência será também para um aumento dos casos de covid-19, como podemos distinguir as duas doenças?
A resposta já existe. Pela primeira vez desde o início da pandemia, as farmacêuticas estão a fabricar testes de antigénio que são capazes de detetar simultaneamente tanto o coronavírus como o vírus da influenza (A e B).
Os testes são bastante semelhantes aos testes rápidos a que nos habituámos nos últimos dois anos. Os kits incluem todos os materiais necessários, requerem apenas uma colheita nasal e apresentam resultados em 15 minutos.
A diferença é que podem ter dois ou mais mostradores (um para cada virus) ou um mostrador com mais letras. Em ambos os casos, a linha colorida continua a ser indicadora da presença do agente patogénico.
Para já, o teste está disponível nas farmácias de Espanha e Austrália. Na Irlanda, a empresa MyBio começou a vendê-los online no final de setembro. Na semana passada, o governo do Japão fez um apelo às farmacêuticas como a Roche para aumentarem a produção deste tipo de testes. Neste país, estes testes estão apenas disponíveis para “uso médico”, sendo apenas administrados em instituições de saúde, indica o jornal nipónico Nikkei Asia.
O Expresso tentou perceber junto das associações representantes do setor das farmácias se estes testes vão estar disponíveis no mercado português, mas até ao momento não obteve resposta.
Os testes são vistos como essenciais para distinguir as duas doenças no caso dos picos de incidência de covid-19 e gripe coincidirem neste inverno.
Isto porque as infeções destes dois tipos de vírus, assim como de outras doenças respiratórias têm bastantes semelhanças, nomeadamente do ponto de vista da sintomatologia. Febre, fadiga, tosse seca, nariz entupido, dores de corpo, cabeça ou garganta são sintomas comuns às duas doenças.
Por outro lado, o coronavírus e o vírus da gripe são também próximos na duração. Em ambos os casos, o período de incubação após o contágio pode demorar um a quatro dias e a infeção pode prolongar-se entre oito e dez dias.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL